A autarquia de Mariupol afirmou, esta quinta-feira, que até nove mil corpos de residentes na cidade podem estar enterrados em Manhush, uma cidade a aproximadamente 20 quilómetros da localidade que atualmente se encontra cercada pelas forças russas.

A empresa norte-americana Maxar Technologies divulgou uma sequência de imagens que parecem provocar a existência de uma “vala comum”, onde podem estar enterradas entre três a nove mil pessoas.

A primeira imagem selecionada pela Maxar data de 23 de março, altura em que, em comparação com as fotos tiradas alguns dias antes (19 de março), já parecem existir algumas novas sepulturas acima do cemitério de Manhush. IMAGEM: Maxar Technologies

Alguns dias depois, a 26 de março, as imagens mostram as novas sepulturas que terão sido feitas à beira da estrada e alastrando-se para o terreno ao lado do cemitério. IMAGEM: Maxar Technologies

A última imagem da Maxar, que data de 3 de abril, já mostra pelo menos três filas de sepulturas – filas que terão cerca de 85 metros cada uma. IMAGEM: Maxar Technologies

A empresa dos EUA também subscreve esta versão, sublinhando que “uma análise das imagens de satélites do meio de março até meio de abril indicam a expansão de uma nova série de sepulturas, que começou entre 23 a 26 de março e continuou a expandir-se nas últimas semanas”.

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Adicionalmente, a Maxar salienta que “sepulturas estão alinhadas em quatro secções (medindo aproximadamente 85 metros) e contêm mais de 200 corpos”. “Os ocupantes cavaram trincheiras com profundidade de 30 metros e estão a usar camiões para trazer os corpos” para as valas, denuncia, por sua vez, a autarquia.

Os responsáveis da cidade portuária ucraniana lembram, que “há cerca de 80 anos, os nazis mataram 12 mil residentes em Mariupol na aldeia de Agrobaza. É perto de Manhush. A história repete-se. Só que, em vez de fascistas alemães, temos russos”.