A Comissão Europeia (CE) está a pensar “muito” em incluir sanções às importações de petróleo da Rússia no próximo pacote de medidas contra o gigante eslavo, revelou nesta sexta-feira o vice-presidente e comissário do comércio dos 27, Valdis Dombrovskis.
Dombrovskis, que está em Washington esta semana para participar nas reuniões da primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), disse, numa mesa-redonda com jornalistas, que “algum tipo de embargo ao petróleo russo” será uma das seis novas sanções em que a Comissão está a trabalhar.
“Devemos impor as sanções de uma forma que se maximize a pressão sobre a Rússia e, ao mesmo tempo, minimize os danos colaterais para nós”, afirmou o comissário do Comércio, um dos oito vice-presidentes do órgão de governo europeu.
Embora Dombrovskis não tenha necessariamente descartado um embargo ao petróleo russo, esclareceu que existem outras maneiras de impor sanções “inteligentes”, como a aplicação de tarifas.
Para além do futuro imediato, o Comissário sublinhou que a União Europeia decidiu abandonar, a médio e longo prazo, a dependência energética da Rússia.
No início de abril, a UE anunciou que vai proibir a importação de carvão russo a partir de agosto, o que representa apenas uma pequena parte de um negócio de energia dominado por petróleo e gás natural, mais lucrativo para o Kremlin e difícil para a UE de sancionar.
Desde o início da guerra na Ucrânia, a UE gasta 1.000 milhões de euros por dia para comprar energia de Moscovo, facto que foi duramente criticado pelas autoridades ucranianas, considerando que isto constitui a linha de sustentação da economia russa.
Na mesa-redonda, Dombrovskis também indicou que uma outra questão em que a Comissão Europeia está a trabalhar é a explorar maneiras de dar à Ucrânia um tratamento comercial preferencial, para aliviar o gigantesco impacto que a invasão da Rússia está a provocar na sua economia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU — a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).