É tudo uma questão de moeda, com muita geopolítica à mistura. Vladimir Putin, Presidente russo, ameaçou e cumpriu: gás russo só será vendido a países hostis — leia-se União Europeia e críticos da guerra na Ucrânia — em rublos. A Polónia fez ouvidos moucos, a Bulgária idem e a partir desta quarta-feira, 27 de abril, os dois países vão deixar de receber a energia que lhes chegava pelo gasoduto Yamal. A notícia, que foi avançada pelo site polaco Onet, já foi confirmada pelos governos polaco e búlgaro.

“Os preços do gás vão enlouquecer”, disse ao jornal polaco o especialista em mercado de energia Piotr Maciążek. No entanto, frisa que a Polónia está melhor preparada para enfrentar uma situação de corte total de gás do que outros países, como a Alemanha. O especialista diz mesmo que se a Rússia decidisse cortar o fornecimento de gás ao Ocidente em geral, seria o equivalente ao uso de uma bomba atómica — que teria repercussões também para a economia russa.

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Na Polónia, o governo já reagiu à decisão da Gazprom de cortar o fornecimento de gás ao país. “As casas polacas e a economia estão garantidas”, escreveu a ministra do Clima e do Ambiente, Anna Moskva, no Twitter. “Temos reservas e fontes de fornecimento necessárias para proteger a nossa segurança — somos efetivamente independentes da Rússia há anos.”

Citada pelo Onet, a ministra repetiu o que já tinha dito antes: o corte de gás russo “significa o mesmo que comunicamos a 24 de fevereiro, em março, em abril e hoje, quando ainda não tínhamos recebido esta notícia. Estamos preparados para o corte completo dos recursos russos”, frisou Anna Moskwa.

Já a reação da Bulgária surge na agência estatal russa TASS. “Hoje, 26 de abril, a Bulgargaz recebeu uma notificação de que o fornecimento de gás natural da Gazprom Export LLC será suspenso a partir de 27 de abril de 2022”, confirmou o Ministério da Energia búlgaro.