O Livre não está satisfeito com a solução encontrada por Carlos Moedas e apresenta já esta quarta-feira na reunião de câmara uma proposta alternativa para a polémica ciclovia da Almirante Reis. Com “duas ciclovias uniderecionais”, uma de cada lado dos passeios, o partido quer também “tornar todas as paragens dos transportes públicos acessíveis e sem conflitos com a ciclovia” e dedicar “uma via exclusiva para transporte público e veículos de emergência” para que o trânsito circule “sem bloqueios”.
Quanto às cargas e descargas, deverão localizar-se nas perpendiculares “em todas as intersecções junto à avenida”, segundo a proposta a que o Observador teve acesso.
É objetivo do partido — que correu coligado com o PS à autarquia — conseguir que a mobilidade e acessibilidade neste eixo da cidade tenha mais segurança, mais mobilidade ativa e transporte público, seja mais arborizada, com menos poluição e descarbornizada.
No que diz respeito à circulação de peões o Livre propõe que os percursos sejam mais acessíveis, confortáveis, contínuos e seguros, com manutenção da calçada portuguesa “onde existe ‘Calçada Artística'”. Já as passadeiras, deverão ser reforçadas em número (para o dobro), elevadas e com pavimento tátil para que sejam acessíveis aos invisuais.
Munícipes ouvidos por Moedas criticam: “Isto não foi um processo participativo”
Também esta quarta-feira foi tornada pública uma carta aberta no site Lisboa para pessoas, também enviada ao Observador, de alguns munícipes — entre eles vários membros do Livre — que participaram nas sessões públicas promovidas pelo executivo de Moedas sobre a Almirante Reis, onde rejeitam que a solução apresentada pelo presidente da autarquia seja o resultado do que foi dito nas sessões.
“Não é possível afirmar que a solução apresentada seja fruto de um verdadeiro e bem desenvolvido processo participativo, nem que, como tem vindo a ser largamente proclamado pelo Executivo da CML, ‘foi isso que ouvimos das pessoas'”, lê-se na carta aberta divulgada que rejeita que alguma vez os participantes das sessões públicas tenham defendido “mais vias para ‘escoar’ o tráfego automóvel”.
Os 32 subscritores da carta aberta com o título “Almirante Reis, isto não foi um processo participativo” frisam que “esta proposta já tinha sido contemplada na versão inicial do anterior Executivo para a criação de uma ciclovia na Avenida, mas nunca chegou a ser implementada devido aos problemas de funcionamento e segurança que apresentava”.
“Agora, incompreensivelmente, defende-se a modificação da ciclovia para uma solução menos adequada para os modos mais sustentáveis, mais nefasta para o meio ambiente, menos eficaz para os veículos de emergência, mais perigosa para todos, e fortemente contestada pelos cidadãos e associações locais, mediante opiniões fundamentadas que o Executivo parece desvalorizar”, escrevem pedindo que “não seja implementada mais uma versão provisória”, instando a câmara a avançar “sem demoras, para uma discussão aprofundada e tecnicamente sustentada sobre a versão futura da Avenida Almirante Reis e Rua da Palma”.