A ONU confirmou nesta quarta-feira que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos na guerra da Ucrânia, 63 dias após o início da invasão russa, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores.

Das vítimas mortais confirmadas pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), 202 são crianças, e há também 302 crianças entre os feridos, de acordo com as estatísticas diariamente atualizadas.

O organismo internacional, dirigido pela Alta-Comissária Michelle Bachelet, insiste que a maioria das vítimas civis morreram ou ficaram feridas devido ao uso de explosivos, incluindo projéteis lançados por artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de “rockets”, mísseis e bombardeamentos aéreos.

A ONU teme que os números de vítimas da guerra na Ucrânia, que entrou nesta quarta-feira no seu 63.º dia, aumentem consideravelmente quando houver maior acesso a cidades cercadas ou sob intensos combates.

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O direito internacional considera que os ataques perpetrados contra civis e infraestruturas não-militares num conflito podem constituir crimes de guerra.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,3 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.