Em abril, a taxa de inflação homóloga em Portugal terá disparado para 7,2%, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta sexta-feira. Em março, o indicador tinha ficado nos 5,3%.

Segundo o INE, este é valor mais elevado registado desde março de 1993. O indicador de inflação subjacente, que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, terá registado uma variação de 5,0%, que compara com 3,8% do mês anterior. Este é o registo mais elevado desde setembro de 1995.

Já a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos estimada pelo INE é de 26,7%, uma subida face aos 19,8% registados em março, e o valor mais alto desde maio de 1985. O índice relativo aos produtos alimentares não transformados terá apresentado uma variação de 9,5%, que compara com os 5,8% de março.

Face ao mês anterior, a variação do IPC terá sido de 2,2%, após ter sido de 2,5% em março e 0,4% em abril de 2021. O INE estima ainda uma variação média nos últimos doze meses de 2,8%.

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Já no que toca ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite comparações com outros países europeus, terá registado uma variação homóloga de 7,4%. Tinha sido de 5,5% no mês anterior.

Estes dados do INE são ainda provisórios. Os números definitivos serão publicados a 11 de maio.

No Orçamento do Estado para 2022, o Governo prevê uma taxa de inflação de 4%, e o tema tem marcado o debate em torno do documento. O Executivo tem baseado as suas previsões em instituições como o BCE e o FMI, e referido que a inflação elevada é um fenómeno temporário. Já o BCE admitiu esta quinta-feira que as previsões apontam para uma inflação elevada nos próximos meses, devido aos preços da energia e a um crescimento económico mais lento do que o esperado, na sequência da guerra da Ucrânia