Era quase uma posição definida entre todas as outras que se iam definir. Mais rápido ou mais longo, mais ou menos difícil, o pódio de -57kg do Campeonato da Europa tinha sempre Telma Monteiro. Uma, duas, três, 15 vezes, tantas quantas participou na competição. Um dia poderia ser diferente e esse dia chegou esta sexta-feira, aos 36 anos: a judoca portuguesa, medalha olímpica nos Jogos do Rio de Janeiro, foi eliminada na fase preliminar pela alemã Pauline Starke e ficou fora da luta por um pódio na competição em Sófia.

A sexta de ouro, a 15.ª da carreira e uma medalha única na história: Telma Monteiro sagra-se campeã europeia

Quarta do ranking mundial e segunda cabeça de série do Europeu, apenas atrás da francesa Sarah Leonie Cysique, a judoca do Benfica ficou isenta da ronda inicial e caiu com surpresa na segunda eliminatória contra a 35.ª do ranking da categoria, curiosamente na mesma altura em que, dois tapetes ao lado, Catarina Costa conseguia assegurar a passagem à final da categoria de -48kg, que se realiza à tarde.

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Depois da conquista da vitória no último Europeu realizado em Lisboa, Telma Monteiro passou a ter seis medalhas de ouro (2006 em Tampere, 2007 em Belgrado, 2009 em Tbilisi, 2012 em Chelyabinsk, 2015 em Baku e 2021 em Lisboa, sendo que as duas primeiras foram em -52kg e as quatro seguintes em -57kg), duas medalhas de prata (2011 em Istambul e 2020 em Praga, ambas em -57kg) e sete medalhas de bronze (2004 em Bucareste, 2005 em Roterdão, ambas em -52kg, 2010 em Viena, 2013 em Budapeste, 2014 em Montpellier, 2018 em Telavive e 2019 em Minsk, todas estas em -57kg). Ou seja, em 15 edições tinha chegado outras tantas vezes ao pódio no Campeonato da Europa (mais uma por equipas mistas).

Desta forma, a melhor judoca nacional de sempre terá de esperar mais um ano para lutar por um objetivo paralelo que levava para a Bulgária e que passava por tornar-se a atleta com mais medalhas em Europeus, numa altura em que tem as mesmas 15 da germânica Barbara Classen mas com essa nuance de poder nessas competições fazer duas categorias de peso diferentes, algo que hoje já não acontece.