A Dinamarca celebra, esta quarta-feira, o dia da libertação das tropas nazis, que abandonaram o país a 4 de maio de 1945. Para recordar a data, o país nórdico convidou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para fazer um discurso, que foi transmitido num ecrã gigante na praça da Câmara Municipal de Copenhaga, onde estiveram milhares de pessoas.
No discurso, o chefe de Estado fez questão de lembrar que a Dinamarca “celebra o aniversário” de um dia que outrora fora um “sonho”. “Foi há muito tempo um sonho de liberdade e paz. Esse sonho tornou-se realidade”, disse Volodymyr Zelensky.
“Cinco anos. Foi nesse dia [4 de maio de 1945] que cinco longos anos de ocupação nazi do vosso país chegaram ao fim. Eles perderam. A liberdade ganhou. A vida ganhou”, saudou o Presidente ucraniano, acrescentando que a “Dinamarca e todo o mundo celebrou e esperou que essa guerra brutal tivesse sido a última”, não havendo ninguém que fosse capaz de “destruir a paz”.
No entanto, sublinhou Volodymyr Zelensky, o estado de guerra regressou. “Está aqui, agora. É na Ucrânia. E não vai parar no nosso território”, avisou, indicando que a Rússia já tirou a vida a milhares de ucranianos, tendo atingido para isso “alvos não-militares”. “Os invasores já mataram 220 crianças ucranianas. E não sabemos da situação nos territórios ocupados.”
“O Estado russo não vai parar a guerra. Ainda sonha com a tomada da Ucrânia e de outros países europeus. Eles ainda sonham que a liberdade na Europa deve desaparecer”, lamentou o chefe de Estado ucraniano, assinalando que o sonho russo “não deve tornar-se realidade”. “O sonho da paz deve concretizar-se. O vosso e o nosso sonho. Tal como aconteceu há 77 anos”, afirmou.
Elogiando a Dinamarca por apoiar a Ucrânia, Volodymyr Zelensky agradeceu o “mar de bandeiras ucranianas” na capital dinamarquesa. “O mar de bandeiras nas ruas das vossas cidades mostram que vocês entendem tudo”, sinalizou, apontando que “ninguém sabe quantos mais dias vai durar esta guerra, começada pela Federação Russa”.
“Acredito que o nosso dia de libertação está a aproximar-se”, reforçou, sendo que espera que, quando a Ucrânia puder celebrá-lo, a Dinamarca se junte.