Os bancos ocidentais estão a preparar-se para perder o equivalente a 10 mil milhões de dólares com a saída do mercado russo, segundo os cálculos do Financial Times feitos a partir das provisões que as várias instituições estão a colocar de parte. Também se estima que a saída destas instituições financeiras da Rússia também levará a que cerca de 40 mil pessoas destacadas para a Rússia vão sair do país.
Os 10 mil milhões de dólares correspondem a cerca de 10 mil milhões de euros, dada a quase paridade entre o euro e o dólar que se atingiu nos últimos dias (cada euro vale 1,05 dólares, neste momento). Com o encerramento das operações na Rússia, os bancos estão a reconhecer imparidades nesse valor, que ainda assim são apenas uma fração da exposição total destas instituições ao país: segundo o Financial Times, 86 mil milhões de dólares.
Entre esses bancos incluem-se o italiano UniCredit, que ainda não interrompeu a operação na Rússia mas já colocou de parte 1,3 mil milhões de dólares para precaver uma perda que, se for total, poderá ascender a 5,5 mil milhões. O UniCredit está na Rússia há 17 anos, tem 4.000 trabalhadores no país e conta com dois milhões de clientes russos.
Outros casos são os dois bancos franceses Société Générale e Crédit Agricole, que já colocaram de parte 561 milhões de euros e 389 milhões, respetivamente. Também o Raiffeisen, um banco austríaco, realizou provisões de 22,9 milhões de euros, uma instituição que tem 4,2 milhões de clientes e 9.400 funcionários no país.
Fora da Europa, o norte-americano Citigroup revelou que tem uma exposição direta de 3 mil milhões de dólares, tendo já reservado mil milhões de euros em provisões que, se as perdas forem reconhecidas, serão consumidas no capital do banco.
Os principais bancos nacionais disseram em finais de fevereiro, questionados pelo Observador, que têm pouca ou nenhuma exposição à Rússia e, também, à Ucrânia. Porém, segundo dados do BIS, o sistema financeiro português tem uma exposição equivalente a 149 milhões de dólares (ou 132 milhões de euros) à Rússia.