No relvado, euforia dos jogadores. No balneário, euforia da equipa técnica. Nos Aliados, euforia dos adeptos. Na flash interview e conferência de imprensa, calma e serenidade do treinador: o campeão nacional pela terceira vez à frente do FC Porto, Sérgio Conceição. No lançamento da partida, o técnico já tinha avisado: o clássico foi preparado “com entusiasmo e não com euforia”. “São coisas diferentes”, atirou o líder portista na conferência de imprensa de antevisão do jogo.

A euforia foi geral mas Sérgio Conceição deixou esse papel para os outros. Na análise à partida, assumiu um postura calma e serena. Mas, para que não restassem dúvidas, garantiu: “Estou obviamente contente. Há várias formas de manifestar a alegria. Eu sou mais efusivo no banco a viver o jogo do que a festejar. Mas sinto uma alegria enorme”. E, na conferência de imprensa depois do jogo, continuou a explicar a postura calma:

Nestes momentos, sinto uma vontade de relaxar ao nível emocional. Fico com um sentimento nostálgico: lembro-me de algumas pessoas importantes da minha vida, no trajeto profissional e da vida pessoal. Não sou o treinador ideal para conferências pós-conquistas. É o que é. Se começar a falar disto, corro o risco de me emocionar e não queria muito ir por aí”, admitiu.

E fez uma dedicatória especial: “A minha família sofre muito com a minha profissão. Dedico-lhes este título e, obviamente como faço sempre nas conquistas que tenho ao longo da vida, também aos meus falecidos pais”.

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Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição foi questionado, por diversas vezes, sobre o futuro. Respondeu de forma vaga, sem nunca garantir de forma clara que vai continuar ao leme azul e branco na próxima época. “O meu futuro é tentar ganhar a Taça de Portugal”. E continuou, em jeito de balanço dos cinco anos à frente do FC Porto: “Tem sido um trajeto difícil e desgastante. Temos rivais com muito peso e muita força e hoje sinto-me feliz com as conquistas”.

Sérgio Conceição falou também sobre a estratégia para o Clássico e elogia: “Fomos muito inteligentes”. E explica porquê: “Estávamos preparados para, quando tivéssemos a bola, desmontar a organização do Benfica e, quando não a tivéssemos, saber o que tínhamos de fazer para não permitir ao adversário explorar o que tem de forte”.

Quanto às críticas do Benfica à arbitragem, o técnico campeão nacional recusou responder.

Já na flash interview da BTV, Conceição afirmou que este foi “um jogo típico de final de época”. E defendeu: “Foi uma vitória merecida. Fomos a melhor equipa, que teve um comportamento fantástico.

“Não pensámos no empate, mas sim na vitória e preparámo-nos para isso”, afirma ainda.

Na antevisão da partida, já tinha avisado: “Estou concentrado no jogo e não quero graçolas”. Mas a “graçola” repetiu-se: o FC Porto volta a festejar a conquista de um campeonato nacional em pleno Estádio da Luz, com uma vitória por 1-0, com golo de Zaidu perto do fim do jogo.

Já no balneário, Sérgio Conceição mostrou-se mais à vontade para festejar.

E deixou o aviso: “Se calhar dia 22 (na final da Taça de Portugal) veem-me com um sorriso maior. Ainda falta esse título”.