O antigo líder do governo catalão Carles Puigdemont reuniu-se, na sua residência oficial, com um representante de Vladimir Putin, Nikolai Sadovnikov, um dia antes de declarar unilateralmente a independência da Catalunha em outubro de 2017, noticiou o El Periodico. O gabinete do ex-presidente admitiu a existência do encontro, mas garante ter rejeitado a oferta da Rússia por ser “inconveniente e pouco credível”.

Ouça aqui o episódio de “A História do Dia” sobre o alegado apoio russo à causa catalã.

O enviado de Putin para apoiar a independência da Catalunha

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A Rússia propunha ceder 10 mil soldados russos que apoiariam a causa independentista catalã, perdoando também a sua dívida pública. Em troca, a Catalunha teria de adotar uma legislação permissiva no que concerne às criptomoedas, o que iria, de acordo com a versão do Kremlin, transformar a região numa nova Suíça.

Foi Víctor Terradellas, ex-dirigente das relações internacionais no partido catalão Convergència, quem organizou o encontro. O objetivo passava por criar uma plataforma para que a Catalunha conseguisse financiar o processo de independência, bem como uma forma de garantir a estabilidade económica da região.

De acordo com o El Mundo, o objetivo do Kremlin era conseguir desestabilizar a União Europeia, além de ganhar um aliado na Europa Ocidental. Por seu turno, os catalães procuraram um apoio estrangeiro e também uma forma de contornar os problemas financeiros — mas estariam longe de aceitar o apoio de 10 mil soldados russos.

A justiça espanhola está a investigar esta ligação entre Puigdemont e a Rússia. Um dos juízes de instrução encarregue do caso acredita que a “Rússia teria oferecido o apoio a Carles Puigdemont até ao ponto de ter colocado na Catalunha 10 mil soldados”. “Caso [o ex-líder catalão] aceitasse, provavelmente os acontecimentos teriam sido trágicos e teriam desencadeado um conflito armado com o Estado com um número incerto de vítimas mortais”, considera o magistrado.