O presidente executivo da Vodafone Portugal afirmou nesta quinta-feira que o ciberataque à operadora “foi o pior momento” da sua vida profissional e que a empresa foi um “veículo” porque na verdade foram os “portugueses todos” que foram atacados.
Mário Vaz falava no 31.º congresso da APDC, que terminou em Lisboa, no painel Estado da Nação das Comunicações.
O ataque informático que a Vodafone Portugal foi alvo “está em segredo de justiça”, disse o gestor, salientado que “não foi um ataque à Vodafone, a Vodafone foi um veículo, porque na verdade quem foram atacados foram os portugueses todos“.
Do ponto de vista de clientes, “está resolvido”, mas “internamente ainda temos coisas para fazer”, disse Mário Vaz, quando questionado sobre o impacto do ciberataque.
“Ainda há algumas coisas para recuperar, processos que hoje estamos a fazer de forma não automática que fazíamos no passado, mas estamos próximos de chegar a esse objetivo”, garantiu.
“Espero que ninguém passe pela experiência, foi o pior momento da minha vida profissional“, admitiu Mário Vaz, salientando que “mais do que o que aconteceu é a criticidade do setor” que está em causa.
Já Miguel Almeida, presidente executivo da NOS, salientou que a “ameaça, o risco dos ciberataques já antes deste infeliz incidente, portanto já era central” às preocupações da operadora.
“Mas é evidente que com o caso específico daquilo que nos foi dado a perceber, é evidente que isso nos leva a reforçar medidas de proteção, mas sabemos que nenhuma empresa, nenhuma instituição” está livre de um ataque destes, acrescentou.
“Concordo com o Mário [Vaz] quando diz que um ataque a um é um ataque a todos e a preocupação deve ser de todos, porque […] ninguém está livre”, rematou Miguel Almeida.
Ana Figueiredo, presidente executiva da Altice Portugal, acrescentou que quando existe “um incidente” todos aprendem e reforçam mais.
“Partilho da mesma opinião dos meus colegas, acho que quando o setor — neste caso foi da Vodafone, podia ter sido qualquer um — é alvo de um ciberataque, é um ataque contra todos nós e contra o setor”, sublinhou.
Apesar dos operadores concorrerem entre si, Ana Figueiredo salientou que estão “os três alinhados relativamente ao combate ao crime”, rematou a presidente executiva.
“Em termos de estado da nação, este setor quando há um ciberataque é extremamente relevante e fulcral para o funcionamento de um país”, concluiu.