O partido do governo sueco anunciou publicamente o seu apoio à candidatura da Suécia à NATO. A decisão foi revelada este domingo, apenas algumas horas após a vizinha Finlândia ter comunicado oficialmente a sua candidatura à organização intergovernamental.

Num comunicado emitido meia hora antes do início de uma conferência de imprensa com a primeira-ministra e líder do Partido Social-Democrata, os sociais-democratas informaram que vão “trabalhar” para que a candidatura à NATO seja formalizada e que, caso isso aconteça, a Suécia expresse as suas “reservas unilaterais contra a implementação de armas nucleares e bases permanentes no território sueco”.

No Twitter, a ministra sueca dos Negócios Estrangeiros classificou a decisão do partido como “histórica”. A Suécia sempre se tinha mostrado contrária à adesão. “A invasão russa da Ucrânia deteriorou a situação de segurança da Suécia e da Europa”, declarou Ann Linde.

Em conferência de imprensa, a primeira-ministra Magdalena Andersson explicou que a decisão de apoiar a adesão foi tomada com base naquilo que os sociais-democratas acreditam ser o melhor para a segurança nacional. De acordo com Andersson, a Suécia necessita das garantias formais de segurança que a adesão à NATO fornece.

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A primeira-ministra explicou que manter a neutralidade militar colocaria o país numa “situação muito vulnerável”. Com a adesão da Finlândia, a Suécia será o único país do Báltico que não integra a organização. Magdalena Andersson defendeu que a adesão à NATO irá fazer aumentar a segurança interna e externa, garantindo que “a Suécia será um fornecedor de segurança”.

Perto do final da conferência, respondendo a uma questão colocada em inglês, a primeira-ministra sueca frisou de novo que a decisão de apoiar a adesão à NATO foi tomada com base naquilo que os sociais-democratas acreditam ser o melhor para a Suécia e para a segurança nacional. “Não é nada contra a Rússia. É o que achamos que é melhor para nós”, declarou.

Questionada sobre que tipo de retaliação espera da Rússia, a governante afirmou que isso era com os russos e com Putin, mas que a Suécia pode vir a ser alvo de ciberataques ou outro tipo de agressão. A governante tinha lembrado que a Suécia permanecerá numa posição de grande vulnerabilidade até que o processo seja concluído.

Sobre as críticas da Turquia, Andersson disse que “obviamente que haverá um diálogo com todos os membros” da organização. “Anseio por falar com todos os membros, incluindo a Turquia.” Durante a conferência de imprensa, a governante mostrou-se confiante que os problemas com a Turquia serão ultrapassados.

Magdalena Andersson revelou que a candidatura será discutida esta segunda-feira no parlamento sueco. “Amanhã vou garantir que existe um largo apoio parlamentar para a candidatura sueca e depois será tomada uma decisão governamental”, afirmou. A decisão dos sociais-democratas deverá ser aprovada por maioria, uma vez que a direita e extrema-direita mostraram já o seu apoio à candidatura.