890kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 83.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Continua evacuação da Azovstal, de onde saíram 264 soldados durante a noite. Ucrânia diz que russos sofreram perdas em Sievierodonetsk e recuam em várias frentes. Circulação restringida em Kherson.

Ukraine Crisis
i

83.º dia de guerra está a ser marcado pela retirada dos soldados ucranianos que defendiam a metalúrgica Azovstal, em Mariupol

NurPhoto via Getty Images

83.º dia de guerra está a ser marcado pela retirada dos soldados ucranianos que defendiam a metalúrgica Azovstal, em Mariupol

NurPhoto via Getty Images

Continuam os combates na região do Donbass, neste que é já o 83.º dia de guerra na Ucrânia e que fica especialmente marcado pela operação de retirada dos soldados que ainda resistiam na metalúrgica Azovstal, em Mariupol.

Entre as últimas horas da manhã e o início da tarde desta terça-feira, responsáveis russos e ucranianos admitiram ambos que não há, de momento, negociações de paz a decorrer — cada lado responsabilizou o outro pela interrupção do diálogo.

Entretanto, várias cidades da Ucrânia, como Soledar e Bakhmut, no oblast de Donetsk; Desna, na região de Chernihiv; e Sumy, no noroeste do país, continuam sob bombardeamentos das forças russas.

Após mais de dois meses de cerco e após ao longo da semana que passou terem sido libertados os civis que ali se refugiavam, começaram finalmente a sair os combatentes esta segunda-feira à noite, em autocarros das forças russas e para duas cidades sob controlo das tropas de Vladimir Putin. De acordo com a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, estes soldados ucranianos — 264 até ao momento — serão posteriormente trocados com prisioneiros russos e devolvidos às respetivas famílias.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Esperamos salvar as vidas dos nossos rapazes. Há feridos muito graves entre eles. Estão a ser cuidados”, disse entretanto Volodymyr Zelensky no seu habitual discurso, ao final da noite, explicando que para a operação de resgate poder ser finalmente dada como terminada ainda vão ser precisos “tempo” e “delicadeza.

Eis um ponto da situação, para ficar a par de tudo o que aconteceu nas últimas horas da guerra na Ucrânia. Pode ler também o liveblog do Observador, onde todas as notícias sobre o conflito são atualizadas ao minuto.

Zelensky acusa Rússia de “tentar demonstrar sucesso militar através de ataques aéreos”. Mas assegura: “não mudam nada”

O que aconteceu durante a noite?

  • Esta terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou “uma combinação de ataques aéreos da Rússia à Ucrânia” em várias regiões como Sumy, Chernihiv e Lviv. No habitual discurso ao país, o chefe de Estado da Ucrânia apontou que esta é uma maneira de “criar tensão” e também “testar a força” do país.
  • Zelensky participou na abertura do Festival de Cannes e aproveitou para lembrar os “ditadores mais terríveis do século XX” e o filme “The Great Dictator” de Charlie Chaplin. Desde este filme, que data de 1940, Volodymyr Zelensky frisou que a Humanidade “fez muitos filmes magníficos”. Durante o discurso, o Presidente da Ucrânia pediu que não haja desespero: “O ódio acabará por desaparecer e os ditadores vão morrer.”
  • O Supremo Tribunal Russo vai decidir, a 26 de maio, se o Batalhão Azov (que esteve retido na fábrica siderúrgica de Azovstal) será ou não categorizado como uma organização terrorista. A justiça russa vai “julgar a associação paramilitar nacionalista Azov”, deliberando se é ou não “uma organização terrorista”. Será ainda decidido “a proibição de todas as suas atividades na Federação Russa”.
  • França vai intensificar a entrega de armas à Ucrânia “nos próximos dias e semanas”, prometeu o Presidente francês a Volodymyr Zelensky, confirmando os compromissos anunciados no final de abril.
  • O Departamento de Estado norte-americano anunciou um novo programa para recolher e analisar as alegadas provas dos crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia, tendo sido criado um observatório para documentar, verificar e divulgar as provas das ações das forças russas durante a invasão da Rússia à Ucrânia.
  • A coordenadora para as emergências sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje para um possível surto de cólera na cidade de Mariupol, indica o New York Times. Em causa, estará a mistura entre água provenientes dos esgotos e água potável em pântanos e no meio das ruas.
  • A Organização Mundial da Saúde revelou ainda que houve 226 ataques contra instalações de saúde na Ucrânia desde o início da guerra, que causaram pelo menos 75 mortos e 59 feridos, anunciou hoje o diretor regional da OMS para a Europa.
  • A Comissão Europeia vai propor um pacote energético que implica um investimento adicional de 210 mil milhões de euros até 2027 para a União Europeia (UE) se tornar independente da energia russa e cumprir metas ambientais.
  • A Kalush Orchestra, o grupo que venceu a Eurovisão 2022, pondera fazer uma digressão pela Europa, de forma a angariar fundos para o exército ucraniano. “Em todas as atuações, vamos recolher fundos para as necessidades do nosso exército”, divulgou a Kalush Orchestra numa conferência de imprensa citada pela televisão estatal irlandesa, RTÉ.

 O que aconteceu durante o fim da manhã e o início da tarde

  • Ann Linde, a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, assinou esta terça-feira a candidatura formal do país à adesão à NATO;
    Depois de Putin ontem ter dito que a entrada da Finlândia e da Suécia na NATO não é um problema, baixando o tom de anteriores reações, hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros Serguei Lavrov afirmou que a eventual adesão dos dois países à Aliança Atlântica “não vai fazer grande diferença”;
  • Leonid Slutsky, presidente interino da Comissão de Assuntos Internacionais da Duma e um dos deputados envolvidos nas negociações de paz com Kiev, defendeu esta terça-feira a pena de morte para os soldados ucranianos retirados da Azovstal. “Eles não merecem viver depois dos monstruosos crimes contra a humanidade que cometeram e que são cometidos continuamente contra os nossos prisioneiros”, disse em debate na câmara baixa do parlamento russo;
  • Mikhail Khodaryonok, coronel russo na reserva, surpreendeu esta segunda-feira, ao condenar estratégia de Putin na Ucrânia ao vivo num canal de televisão estatal russo. “A principal deficiência da nossa posição político-militar é que, de certa forma, estamos em total isolamento geopolítico e que, por muito que odiemos admitir isto, praticamente o mundo inteiro está contra nós”, admitiu;
  • Joe Biden vai reunir-se esta quinta-feira com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, anunciou a Casa Branca. Ao início da tarde, o parlamento finlandês anunciou que aprovou (com 188 votos a favor e 8 contra) a adesão do país à NATO;
  • Josep Borrell diz que está confiante de que a Turquia irá dar o seu aval à entrada de Finlândia e Suécia na NATO, candidatura que, frisou, a UE apoia “com firmeza”;
  • Ao contrário do que disseram Forças Armadas ucranianas na semana passada, Putin estará a trabalhar em conjunto com Valery Gerasimov, o comandante das Forças Armadas russas, na tomada de decisões relacionadas com a movimentação das forças russas na Ucrânia, avança o Guardian, citando fontes militares ocidentais;
  • Mais de 3 mil moradores de Mariupol estarão a ser mantidos em “prisão de filtragem” na região de Donetsk, acusa Lyudmyla Denisova. A provedora de justiça ucraniana revelou que, antes de serem transportados para aquele local, estes cidadãos ucranianos terão sido interrogados durante várias horas e torturados com choques elétricos;
  • Tribunal Penal Internacional diz que vai enviar “maior equipa de sempre” da sua história para investigar alegados crimes de guerra ocorridos na Ucrânia.

O que aconteceu durante a madrugada e início da manhã

  • As Forças Armadas da Ucrânia informaram que as forças russas sofreram grandes perdas em Sievierodonetsk e que estão a recuar em várias frentes. Os esforços dos invasores continuam concentrados no Donbass, nas regiões de Lugansk e Donetsk;
  • O exército ucraniano atualizou o número de baixas russas desde o início da invasão: 27.900 soldados russos já terão perdido a vida, 200 deles nas últimas 24 horas. Até esta terça-feira, foram destruídos 1.235 tanques russos, 3.009 veículos armados, 578 sistemas de artilharia, 90 sistemas anti-aéreos, 201 aeronaves, 167 helicópteros, 97 mísseis de cruzeiro, 2.109 veículos, 13 navios e 43 equipamentos especiais;
  • Um míssil russo atingiu a aldeia de Desna, na região de Chernihiv, provocando mortos e feridos, informou o governador local, não adiantando ainda assim números concretos. Vyacheslav Chaus apelou à população que não ignore os alertas, lembrando que a zona da fronteira continua a ser bombardeada diariamente;
  • A Rússia atacou instalações militares em Lviv, junto à fronteira com a Polónia, denunciou o governador da região esta terça-feira ao início da madrugada. Os mísseis, que visavam o campo de treino militar do distrito de Yavoriv, terão sido repelidos com sucesso, acrescentou Maksym Kozytsky. Andriy Sadovyi, o presidente da autarquia local, disse que o ataque desta madrugada foi “um dos maiores” na região de Lviv “em termos do número de mísseis”.
  • As forças russas estão a bloquear as saídas do oblast de Kherson, no sul da Ucrânia, e introduziram documentos de autorização de residência para restringir a circulação dos cidadãos ucranianos na região, sob controlo das forças leais ao Kremlin;
  • Nas próximas semanas devem continuar os “ataques maciços” de artilharia contra zonas residenciais da Ucrânia, enquanto a Rússia “tenta recuperar o ímpeto” na região do Donbass, avisaram os serviços secretos ingleses no habitual boletim diário sobre a invasão daquele país. A destruição de Chernihiv, cidade a norte de Kiev onde foram danificados ou arrasados cerca de 3.500 edifícios, 80% deles residenciais, “indica a disposição da Rússia para utilizar artilharia contra áreas habitadas, com o mínimo de discrição ou proporcionalidade”, pode ler-se no relatório;
  • Ministro da Defesa da Letónia diz que Rússia tem de aprender a perder: “Salvar-lhes a face não é a nossa obrigação nem o nosso dever”, defendeu Artis Pabriks, contrariando Emmanuel Macron e outros líderes europeus, que defendem que a Europa deve evitar “humilhar” Vladimir Putin — o Presidente francês terá até pedido à Ucrânia para fazer algumas concessões, de forma a “salvar a face” do Presidente russo, revelou Volodymyr Zelensky recentemente em entrevista;
  • Antes do início da guerra, duas em cada três crianças mal nutridas não tinham acesso à medicação necessária. A subida dos preços provocada pelo conflito na Ucrânia pode levar a uma situação “catastrófica”, está a alertar a UNICEF.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.