O Estado Maior das Forças Armadas ucranianas revelou, esta terça-feira, que a defesa da siderurgia de Azovstal “terminou”. Em comunicado citado pela Reuters, as forças ucranianas designam os soldados como “heróis do nosso tempo”, tendo sido ordenado aos comandantes para “salvar a vida” de todos aqueles que lá estão.
A vice-ministra da Defesa ucraniana confirmou também, esta terça-feira, a retirada de 53 soldados que estavam retidos na fábrica da Azovstal, em Mariupol, para Novoazovsk, em Donetsk (território ucraniano ocupado pelas forças russas), a fim de receberem assistência médica.
Outros 211 soldados foram levados para Olenivka, que também está sob domínio russo — não Yelenovka, como foi inicialmente avançado —, onde haverá um “intercâmbio”. Segundo a página Mariupol Now, que reporta a partir da cidade no Telegram, os primeiros soldados a serem retirados foram os “feridos mais graves”.
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Estas informações vieram esclarecer algumas especulações, após vários autocarros terem saído da fábrica de Azovstal. Antes das declarações da vice-ministra da Defesa, o comandante Denys Prokopenko, que integra os Batalhão Azov, sinalizou que estava a receber ordens endossadas “pelo mais alto comando militar”. “O principal é perceber todos os riscos, haverá um plano B, estão totalmente comprometidos com o plano que deve permitir a realização das tarefas definidas e preservar a vida e a saúde do pessoal”, acrescentou.
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Na altura, não tinha ficado claro se estas palavras significaram uma rendição do reduto que continua a segurar Mariupol às forças ucranianas. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também confirmou a retirada das pessoas que estavam retidas na fábrica de siderurgia de Azovstal, em Mariupol.
Num vídeo publicado esta segunda-feira, o Presidente da Ucrânia confirmou que há uma operação complexa em curso para resgatar os soldados ucranianos que estão na fábrica de Azovstal, que está a ser conduzida pelas Forças Armadas da Ucrânia, serviços secretos, uma equipa de negociação, o Comité Internacional da Cruz Vermelha e a Organização das Nações Unidas (ONU).
“A operação para salvar os defensores de Mariupol foi lançada pelos nossos serviços secretos militares para trazer os rapazes para casa. O trabalho continua e esse trabalho exige delicadeza neste momento. Mantemos o máximo de atividade diplomática noutras áreas no interesse da Ucrânia”, disse Zelensky, que não detalhou, também ele, se isto significava a rendição das tropas ucranianas na cidade.