A subsidiária russa da Google revelou esta quarta-feira a intenção de fazer um pedido de “reconhecimento da sua falência”. A informação foi publicada no site do Fedresurs, registo oficial da Rússia. A receita da subsidiária em 2021 tinha sido de 134,3 mil milhões de rublos.

“Desde 22 de março de 2022, [a empresa] prevê a sua própria falência e a impossibilidade de cumprir as suas obrigações pecuniárias, exigências para o pagamento de indemnizações por despedimento e (ou) a remuneração do pessoal que trabalha ou anteriormente trabalhou sob contrato de trabalho, e (ou) a obrigação de efetuar pagamentos obrigatórios dentro do prazo prescrito”, lê-se na nota, que é citada pela agência Reuters.

Pouco tempo depois de esta informação ter sido tornada pública, um porta-voz da tecnológica acusou as autoridades russas de apreenderem a conta bancária da Google Rússia, impossibilitando assim o funcionamento dos escritórios no país. “A Google Rússia publicou um aviso de sua intenção de requerer falência”, salientou o porta-voz, que é citado pela Reuters.

A operadora de telecomunicações Rostelecom garantiu esta quarta-feira, segundo a agência noticiosa, que a Google e todos os seus serviços continuam a operar normalmente na Rússia. Ainda não está claro se o pedido de falência está relacionado com as multas impostas à tecnológica, que incluem uma recorde de cerca de 7,2 mil milhões de rublos (cerca de 100 milhões de euros) em dezembro, por não remover conteúdo que as autoridades russas consideram “proibido”.

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Em abril, a Rússia voltou a multar a Google por não excluir “informações falsas” sobre a guerra na Ucrânia e vídeos do YouTube com conteúdo que alega ser “falso” sobre o conflito. Apesar das repetidas multas, as autoridades russas disseram esta terça-feira que não pretendiam bloquear o YouTube.

Com cerca de 90 milhões de utilizadores mensais na Rússia, o YouTube é extremamente popular e desempenha um papel importante na economia digital do país. “Não estamos a planear fechar o YouTube. Acima de tudo, quando restringimos algo, devemos entender que os utilizadores não vão sofrer [com isso]”, disse Maksut Shadaev, ministro russo das comunicações, citado pela agência Reuters.

A Rússia já está a desenvolver versões próprias de redes sociais, como o Instagram, mas ainda não arranjou uma alternativa viável ao YouTube e, por isso, tem-se recusado a restringir o acesso à plataforma, para não prejudicar os cidadãos que a utilizam.

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