Foi confirmado esta quinta-feira o primeiro caso de varíola dos macacos na Suécia, avançou a Agência Sueca de Saúde Pública em comunicado. A pessoa “não está gravemente doente” mas precisou de assistência médica. As autoridades de saúde suecas não sabem onde é que ela foi infetada, mas há uma investigação em curso.

Ainda esta quinta-feira, foi também confirmado o primeiro caso de varíola dos macacos em Itália. De acordo com o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani, em Roma, o doente é um jovem acabado de chegar das Canárias que desenvolveu os sintomas “característicos” da varíola dos macacos, incluindo as lesões na pele. Há ainda mais duas pessoas sob suspeita de infeção pelo mesmo vírus.

O jovem italiano foi colocado em isolamento “em condições gerais razoáveis” e as autoridades de saúde estão agora a fazer o rastreamento dos seus contactos. A infeção foi confirmada após o genoma do vírus ter sido sequenciado através de uma amostra retirada das feridas que o paciente tinha desenvolvido na pele.

A notícia do primeiro caso de varíola dos macacos em Itália surge depois de, em Espanha, os resultados preliminares de análises aos primeiros sete casos suspeitos de infeção com o vírus Monkeypox, a varíola dos macacos, terem sido positivos. A informação foi avançada pelo jornal espanhol El País, que cita uma entrevista da ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias.

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As análises foram feitas por teste PCR e avaliadas pelo Centro Nacional de Microbiologia de Espanha. Na região de Madrid, há outros 22 casos suspeitos de infeção além de estes sete já confirmados, indica ainda o El País. Nos próximos dias serão conhecidos os resultados de análises que permitirão confirmar se há mais infetados com a varíola dos macacos em Espanha.

Em Portugal, estão já confirmados 14 casos de infeção com a varíola dos macacos. O nome habitualmente atribuído a este vírus — o Monkeybox — resulta de os primeiros dois surtos terem surgido em colónias de macacos que eram mantidos em cativeiro para investigação.

O vírus foi identificado em seres humanos há 52 anos e a transmissão ocorre quando uma pessoa entra em contacto com o vírus de um animal, de um humano ou materiais contaminados com o vírus. O vírus entra no corpo através de alguma ferida (mesmo que não seja visível e se trate, por exemplo, de um ligeiro corte), da parte respiratória ou das membranas mucosas (olhos, nariz ou boca).

Há 14 casos de infeção com varíola dos macacos em Portugal. O que se sabe até agora?

A incubação do vírus pode demorar entre 6 a 13 dias (no máximo podem ser 21) e depois de duas ou três semanas, sem agravamento clínico, é comum que fique curada. “Não se transmite de forma fácil, é preciso um contacto muito próximo, prolongado e nomeadamente com gotículas respiratórias e lesões cutâneas, mas também pode acontecer no contacto até com as crostas da ferida que caem”, explicou ao Observador Margarida Tavares, diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS.

Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares e sensação de exaustão, mas há uma diferença que permite distinguir a varíola dos macacos da varíola: os gânglios linfáticos ficam inchados.