A Polestar, construtor detido a meias pelos suecos da Volvo e os chineses da Geely (que também são donos da Volvo), já está instalada em Portugal. Esta marca especializada em veículos eléctricos, com sede na Suécia e duas fábricas na China, a que se vai juntar em breve uma terceira nos EUA, oferece de momento apenas um modelo, o 2, com que visa concorrer contra o Model 3 da Tesla, mas também contra os Audi A4, BMW Série 3 e Mercedes Classe C. As vendas vão começar a 24 de Maio, mas as primeiras unidades apenas chegarão às mãos dos clientes em Outubro, com a versão mais barata a arrancar nos 49.900€.

O sistema comercial implementado pela Polestar Portugal vai ser apoiado em vendas online, com os clientes a poderem igualmente ver os veículos, conduzi-los e esclarecer pormenores com elementos da marca, disponíveis até final do ano em duas lojas, uma primeira no Porto, a que se seguirá uma segunda, ligeiramente depois, em Lisboa. Estes estabelecimentos são apelidados “Spaces” pelo construtor, quando são mais pequenos mas localizados nos centros urbanos, como será o caso da instalação em Lisboa. Para o Porto está prevista uma “Destination”, ou seja, um espaço maior, mas menos central. Nestes centros não haverá vendedores ou qualquer tipo de funcionários à comissão, mas sim especialistas nos veículos, capazes de esclarecer todo o tipo de dúvidas, mas sem o interesse último de garantir a venda. Para assistir os Polestar, o construtor conta com 30 oficinas espalhadas pelo país, todas elas parte da actual rede de serviço pós-venda da Volvo.

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Curiosamente, esta forma de comercializar automóveis que difere da tradicional (apoiada nos concessionários), por os veículos passarem a ter um preço fixo, sem descontos para frotas ou para atingir objectivos no final do mês ou do ano, não parece ser o objectivo da Polestar. De acordo com Miguel Pinto, o director da marca para o nosso país, a Polestar vai criar um canal B2B para negociar com empresas e frotistas, ao contrário do que acontece com a Tesla, com preços iguais para todos.

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Ao volante do Polestar 2. Como é e quanto custa?

Juntamente com a apresentação do novo importador para Portugal, a Polestar desafiou-nos a conduzir brevemente o 2, o primeiro modelo que vai ser vendido entre nós e o primeiro eléctrico da marca, uma vez que o Polestar 1 era um híbrido plug-in com muita fibra de carbono, para ser mais leve, de que apenas foram construídas 1500 unidades.

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O Polestar 2 é uma berlina com 4,606 m de comprimento, 1,859 m de largura e 1,482 m de altura, com uma distância entre eixos de 2,735 m. O espaço interior é bom, tanto em altura e largura como no espaço para as pernas, com a mala a ficar um pouco abaixo das expectativas em capacidade – oferece 405 litros atrás e 35 na frunk –, mas a compensar com a versatilidade da quinta porta. O modelo não recorre a uma plataforma específica para veículos eléctricos, deitando mão da estrutura CMA que é utilizada nos Volvo XC-40 e C-40, com a promessa que o próximo Polestar 3 será o primeiro a usufruir de uma plataforma específica para ser mais leve e mais eficiente.

A unidade colocada à nossa disposição era nova (tinha apenas percorrido 64 km), mas agradou-nos a ausência de ruídos parasitas, mesmo em pisos irregulares, garantindo níveis agradáveis de conforto. O “nosso” 2 era um Long Range com apenas um motor, o que significa possuir 231 cv e 330 Nm, com uma bateria com uma capacidade total de 78 kWh (75 kWh úteis, recarregáveis a 155 kW em DC e 11 kW em AC), o que permite ao modelo com ir de 0-100 km/h em 7,4 segundos, para depois estar limitado a 160 km/h, anunciando uma autonomia de 542 km. Esta versão, que deverá ser a mais vendida, é proposta por 53.400€.

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Além deste Polestar 2 Long Range com um motor, a marca vai transaccionar a mesma versão mas com dois motores, um por eixo, e um total de 408 cv e 660 Nm, modelo que anuncia 0-100 km/h em 4,7 segundos, 205 km/h, 2198 kg e 482 km entre recargas, sendo comercializada por 56.900€. Esta proposta do 2 Long Range Dual Motor pode ser reforçada com o Performance Pack, que por cerca de 6000€ eleva a potência para 476 cv, equipando a berlina com amortecedores mais sofisticados e reguláveis da Öhlins, além de discos e maxilas de maiores dimensões, fornecidos pela Brembo. A versão mais acessível da gama é o 2 Standard Range com um só motor de 224 cv e 330 Nm, com uma bateria mais pequena de 69 kWh (67 úteis, recarregáveis a 130 kW em DC e 11 kW em AC), o que lhe permite pesar cerca de 1940 kg. Esta versão com uma autonomia de 474 km atinge 160 km/h e os 100 km/h em 7,4 segundos, sendo proposta por 49.900€, sempre com um nível de equipamento bastante completo, que depois pode ser completado com os opcionais Pilot, Plus e Performance, com este último a estar disponível apenas para a versão Long Range Dual Motor.