O antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi defendeu na sexta-feira que a União Europeia deve favorecer a paz e tentar convencer a Ucrânia a aceitar as exigências do Presidente russo, Vladimir Putin, para pôr fim à guerra.
“É absolutamente necessário que cheguemos à paz o mais rápido possível, caso contrário a devastação e os massacres continuarão. Penso que a Europa deve estar unida para fazer uma proposta de paz a Putin e aos ucranianos, tentando que os ucranianos aceitem as exigências de Putin”, disse Berlusconi à imprensa, em Nápoles, no sul de Itália.
O líder do partido conservador Forza Italia sublinhou que as sanções impostas pela UE a Moscovo “causaram muitos danos à economia soviética”, uma vez que “o Produto Interno Bruto (PIB) deverá cair até 14%”, mas também para os países europeus. Questionado sobre se a UE deveria vetar as compras de gás russo, Berlusconi afirmou que “é uma hipótese surpreendente que provocaria o encerramento de centenas de milhares de empresas, a perda de 3 milhões de postos de trabalho, o alargamento da pobreza em Itália”.
Por fim, argumentou que o fim do conflito na Ucrânia passa por “trazer Putin para a mesa das negociações e não fazer as declarações” que se ouvem por parte da “Grã-Bretanha, da NATO, etc.”, o que, na opinião do empresário e político, aumenta a tensão.
Sílvio Berlusconi já tinha dito em 16 de maio, durante um comício do seu partido na cidade de Trevigli, que a Itália “está em guerra porque envia armas para a Ucrânia”. A família Berlusconi é proprietária do grupo Mediaset, que no dia 1 de maio divulgou a primeira entrevista, num órgão de comunicação social europeu, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergey Lavrov.
A entrevista foi criticada, entre outros, pelo primeiro-ministro italiano Mario Draghi, porque Lavrov pôde fazer afirmações sem ser questionado pelo jornalista e chegou a comparar o Presidente ucraniano Volodímir Zelensky a Adolf Hitler pelas suas “origens hebraicas”.