A Farfetch, multinacional fundada pelo português José Neves, inclui perguntas sobre etnia e orientação sexual num formulário de emprego, mas a empresa garante que a resposta é opcional e apenas para fins estatísticos. Mesmo assim, a Comissão para a Cidadania e Igualdade (CIG) avisa que este tipo de questões não pode existir em formulários associados a postos de trabalho “sob pena de ilegalidade”.

As questões são colocadas, segundo o Jornal de Notícias, num formulário cujo preenchimento é pedido a todos os candidatos ao emprego de “especialista em serviços de parceiros” no polo que a Farfetch tem no Porto – mas não será exclusivo deste tipo de vagas nem da unidade em Portugal.

Entre as respostas para as questões estão termos como “preto“, “cigano” ou “gay“, como se pode ver nesta ligação.

Citada pelo Jornal de Notícias, fonte oficial da Farfetch insistiu que o questionário “é completamente anónimo e opcional” e apenas serve para ter uma “visão da representatividade demográfica das candidaturas”. A empresa garante que aquelas respostas “não têm qualquer influência no processo” de seleção de candidatos”.

Porém, a CIG sublinhou que há vasta legislação que impede que estas perguntas sejam feitas em contextos laborais, não sendo permitido que este tipo de formulários contenham “direta ou indiretamente, qualquer restrição, especificação ou preferência baseada no sexo, sob pena de ilegalidade e inconstitucionalidade”.

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