Vai ser feita uma segunda autópsia ao corpo de João Rendeiro, em Portugal. A família do antigo banqueiro — que foi encontrado morto na prisão de Westville, na cidade sul-africana de Durban — fez um pedido ao Ministério Público para que o corpo voltasse a ser autopsiado e o mesmo já foi aceite, sabe o Observador.
O corpo de João Rendeiro chega a Portugal às 7h e a autópsia será realizada logo de manhã no Instituto Nacional de Medicina Legal, apurou o Observador. O pedido da família foi avançado inicialmente pela CNN e pelo Correio da Manhã.
A primeira autópsia, feita na África do Sul apenas quatro dias depois da morte, não revelou sinais de crime, de acordo com as autoridades sul-africanas. A família, porém, estará convicta que a morte pode ter resultado de um ato criminoso alheio, pelo que fez o pedido de nova autópsia.
Há “vários indícios de que se tratou de um crime”
Em declarações à Lusa, a advogada da viúva do banqueiro, Maria de Jesus Rendeiro, disse que a família não teve informação oficial sobre a realização da primeira autópsia nem dos resultados da mesma, efetuada na morgue de Pinetown (Durban), pelo que considera que “esta será a primeira autópsia”.
“Esta é uma questão importante para a família, que pretende esclarecer se a morte resultou de um crime”, afirmou Inês Montalvo, acrescentando que existe uma “suspeita genérica” de homicídio e que “esta é a última oportunidade que a família tem para esclarecer o sucedido”. Isto porque, considera, há “vários indícios de que se tratou de um crime”.
A advogada recordou que a prisão de Westville, onde João Rendeiro estava detido desde dezembro de 2021, “era muito violenta” e que havia informações de que o antigo presidente do BPP “foi ameaçado de morte várias vezes”.
Argumentou que “as condições de lugar e de modo” em que ocorreu a morte de João Rendeiro, em Durban, “são as menos prováveis” para configurar um suicídio.