O primeiro-ministro do Sri Lanka disse no sábado à agência Associated Press (AP) que pode ser obrigado a comprar petróleo à Rússia, numa altura em que o país se debate com uma crise económica sem precedentes.
Ranil Wickremesinghe, ministro das Finanças e recém-nomeado primeiro-ministro, afirmou que vai primeiro procurar outras fontes, mas que está aberto a comprar mais petróleo a Moscovo. Na sequência da invasão russa à Ucrânia, várias nações impuseram embargos ao petróleo russo.
Em entrevista à AP, Wickremesinghe indicou também que está disposto a aceitar mais ajuda financeira da China, apesar da crescente dívida do país.
Embora reconhecendo que a atual situação do Sri Lanka é “da sua autoria”, o primeiro-ministro salientou que a guerra na Ucrânia veio agravar a conjuntura e que a escassez de alimentos pode persistir até 2024.
A Rússia também ofereceu trigo ao Sri Lanka, notou.
Nomeado pela sexta vez como primeiro-ministro para solucionar uma crise económica que praticamente esvaziou as reservas cambiais do país, Wickremesinghe tomou posse após os violentos protestos de maio terem forçado o antecessor – Mahinda Rajapaksa, irmão do Presidente Gotabaya Rajapaksa – a demitir-se e a procurar segurança numa base naval.
O Sri Lanka enfrenta a pior crise económica desde a independência, em 1948, com escassas reservas de medicamentos, alimentos e combustível.
A situação tem-se agravado pela falta de divisas internacionais, o que levou a ilha a suspender temporariamente, em abril, o pagamento da divida externa, tendo começado a negociar com o Fundo Monetário Internacional um eventual resgate financeiro.