Havia Skok na baliza, Edmilson Araújo e Carlos Ruesga na primeira linha, Carlos Carneiro que na altura era central e agora ocupa o lugar de diretor da secção no banco. Era preciso recuar até março de 2019 para se encontrar uma vitória do Sporting frente ao FC Porto, nesse caso um triunfo na fase regular da Liga que não teve depois resultados práticos no final da prova. Daí para cá, entre Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça, os dragões ganharam oito vezes (as últimas seis seguidas) e tiveram ainda dois empates, num confronto direto que tem valido títulos atrás de títulos. Agora, chegava mais um desafio. Para ambos.

Parecia escrito no destino: FC Porto goleia Águas Santas no pavilhão do último jogo de Quintana e sagra-se tricampeão de andebol

Do lado do FC Porto, que venceu o Madeira SAD na meia-final por 35-29 depois de sair com seis golos de vantagem ao intervalo, a vitória na final seria o fechar (ou o prolongar) de um ciclo de ouro com vitórias em todas as provas nacionais de 2018/19 para cá (havendo pelo meio a temporada interrompida de 2019/20), confirmando a hegemonia desde que Magnus Andersson assumiu o comando técnico da equipa e prolongando também uma série de encontros com apenas uma derrota na Luz a contar para o Campeonato.

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E tudo os irmãos Costa resolveram: Sporting vence Benfica após 20 minutos de sonho e está na final da Taça de Portugal

Do polo do Sporting, que bateu o Benfica por 33-30 após 20 minutos de sonho a abrir com nove golos de avanço (13-4), o encontro surgia como a última oportunidade para ganhar um título no novo ciclo que o clube abriu com a chegada de Ricardo Costa para treinador e de uma nova geração de talentos onde se destacam sobretudo Martim e Francisco Costa, já internacionais A, com preponderância na qualificação para o Mundial e os melhores marcadores não só no dérbi mas também no clássico no Pavilhão João Rocha que acabou com a vitória do FC Porto pela margem mínima e quase fechou as contas do título nacional.

No último segundo, a decisão: FC Porto vence Sporting no João Rocha e é praticamente campeão

No final de um jogo para heróis, com vários jogadores a acusarem o desgaste físico de 80 minutos entre os dois prolongamentos, o Sporting quebrou a série negativa diante do FC Porto com um triunfo por 36-35 com 13 golos de Francisco Costa, conquistou a 16.ª Taça de Portugal e acabou o jejum de oito anos.

O início do encontro recuperou aquilo que foi a parte mais polémica do último clássico no Pavilhão João Rocha, com os responsáveis leoninos a protestarem por aquilo que entendem ser um excesso de dureza na marcação aos irmãos Costa, em especial Francisco (que saiu após duas faltas sofridas no primeiro ataque). Foi por isso que houve a primeira troca de palavras entre bancos, ambos sancionados com cartão amarelo, foi com isso que os ânimos aqueceram num arranque que não tinha sido famoso para os ataques e que fez com que se atingisse os dez minutos iniciais com um empate a quatro depois do 2-0 para os leões logo no arranque. Rui Silva e Francisco Costa eram os jogadores em destaque, desbloqueando o nó no ataque.

Os leões tentavam mexer com a final, com a aposta em situações defensivas 3:2:1 e ataques à procura de dois pivôs, mas os dragões conseguiam tomar conta das operações com uma defesa agressiva a não dar hipóteses à primeira linha verde e branca e com ações individuais que conseguiam encontrar os espaços no ataque, chegando ao 7-4 aos 13′ para o primeiro desconto de tempo.O Sporting teria depois a oportunidade para se aproximar de forma decisiva do FC Porto, aproveitando três exclusões quase consecutivas dos azuis e brancos, mas os campeões nacionais conseguiram manter a vantagem com Fábio Magalhães a aparecer com quatro golos, cedendo apenas na parte final com Francisco Costa, melhor marcador dos 30 minutos iniciais com seis golos, a reduzir distâncias para o 15-13 que se registava ao intervalo.

Os ânimos ainda aqueceram no regresso aos balneários numa confusão entre adeptos portistas e jogadores do Sporting mas tudo acabou por serenar para uma segunda parte onde os leões conseguiram estar melhor no plano defensivo, Manuel Gaspar teve várias intervenções decisivas e a desvantagem não voltou a chegar aos números que atingira no primeiro tempo, tendo mesmo três ataques para poder fazer o empate a 21 que não aconteceu por mérito de Frandsen, que entrou bem na baliza do FC Porto com defesas importante a dez minutos do final. Francisco Costa, com o 11.º golo num livre de sete metros que ganhou após roubar uma bola na defesa, fez o empate a 24 a quatro minutos do final e colocou mesmo os lisboetas na frente pela primeira vez desde os minutos iniciais até ao 26-26 que levou tudo para o prolongamento, para uma nova igualdade (30-30) depois de um remate de primeira linha de Jens Schongarth nos últimos segundos e para mais dez minutos de tempo extra onde os leões conseguiram vencer por 36-35.