O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, diz estar “confiante” na legalidade do plano do seu Governo para enviar alguns requerentes de asilo ao Reino Unido para o Ruanda. Na última semana, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos travou, de urgência, o primeiro voo, que estava prestes a partir, de deportação, o que Boris Johnson classificou agora de um “estranho soluço de última hora”.
A nova política britânica, pela qual tem dado a cara a ministra da Administração Interna Priti Patel, prevê que “qualquer pessoa que entre de forma ilegal no Reino Unido” possa ser deportada para o Ruanda, podendo requerer asilo nesse país.
A medida já foi avaliada por tribunais britânicos, incluindo o de Londres que considerou que é “importante para o interesse público que o ministro do Interior seja capaz de aplicar decisões de controlo da imigração”. E é isto que Boris Johnson alega nesta altura: “Todos os tribunais deste país disseram que não havia nenhum obstáculo que pudessem ver, nenhum tribunal deste país considerou a política ilegal, o que foi muito, muito encorajador.”
“Estamos muito confiantes na legalidade do que estamos a fazer, e vamos seguir a política”, assegurou o primeiro-ministro citado pela Reuters. Ainda esta semana, já depois da decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o Governo britânico fez saber que está a preparar mais voos de deportação.
A ministra Priti Patel afirmou na altura, que o Reino Unido “é um país generoso e acolhedor”, mas cuja “capacidade de ajudar os necessitados está gravemente comprometida por aqueles que vêm ilegalmente”, apontando uma despesa de cerca de cinco milhões de libras (seis milhões de euros) por dia com migrantes ilegais.
“Embora esta decisão do Tribunal de Estrasburgo de intervir tenha sido dececionante e surpreendente, dadas as várias decisões ponderadas em contrário nos nossos tribunais nacionais, continuamos empenhados nesta política”, disse a governante no Parlamento acrescentando que “os preparativos para os próximos voos já começaram”.