Os tuk-tuks não são o tipo de veículo mais refinado ou sofisticado do mercado e, decididamente, não estão em linha com o que se espera de um produto da Audi, um dos construtores premium mais respeitados do mercado. Porém, a mobilidade eléctrica veio mudar muita coisa, levando os fabricantes a dedicar atenção a todas as formas de deslocar os potenciais clientes através dos grandes centros urbanos, silenciosamente e sem poluir.

A Audi anunciou recentemente que a aposta nos veículos eléctricos é total. A partir de 2026, não lançará mais veículos impulsionados por motores de combustão, o que inclui híbridos e híbridos plug-in. É claro que a gama que então estiver no mercado com motores que queimam gasolina e gasóleo continuará a ser produzida, até porque previsivelmente ainda será esse o tipo de motorização mais desejada pela maioria dos clientes. Mas todos deixarão de ser fabricados em 2033, ano em que o construtor dos quatro anéis produzirá exclusivamente modelos com motores eléctricos.

A certeza que possuirá, cada vez mais, um maior número de baterias velhas – muitas delas produzidas com a tecnologia actual, ultrapassada dentro de um par de anos – levou a Audi a pensar numa saída para os acumuladores cujos materiais terá menos interesse em reciclar para fabricar novas baterias. Daí que a ideia dos tuk-tuks seja uma boa alternativa, tanto mais que também eles têm de trocar os seus antigos motores de combustão por novas unidades eléctricas.

Para dar corpo a este projecto, a Audi associou-se à Nunam, uma startup alemã-indiana que pretende ter acesso a baterias em fim de vida para alimentar os tuk-tuks na Índia. Segundo o co-fundador da Nunam, Prodip Chatterjee, mesmo as baterias que já não servem para os automóveis, mais exigentes no que respeita à autonomia, satisfazem sem problemas os tuk-tuks, com consumos inferiores e com menor necessidade de percorrer grandes distâncias entre recargas.

O acesso às baterias antigas dos Audi vai igualmente permitir aos tuk-tuks eléctricos abrirem mão dos acumuladores que tradicionalmente usam, as baterias de 12V de chumbo e ácido, mais pesadas e com menos densidade energética. Não só os tuk-tuks passam a ser mais leves e, logo, mais eficientes, como a autonomia aumenta com o recurso a baterias de iões de lítio.

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