910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 117.º dia de conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

"Um verdadeiro crime de guerra": é assim que o chefe da diplomacia da UE classifica o bloqueio de cereais na Ucrânia. Rússia reclama controlo de aldeia, Ucrânia atingiu plataforma petrolífera.

Tanques russos deslocam-se no norte da Crimeia
i

Ministério da Defesa britânico fala em tropas "exaustas"

Sergei Malgavko/TASS

Ministério da Defesa britânico fala em tropas "exaustas"

Sergei Malgavko/TASS

A falta de exportação de cereais ucranianos, com milhões de toneladas bloqueadas pela Rússia, está a gerar preocupação junto dos chefes da diplomacia europeia, reunidos esta segunda-feira para discutir o assunto, e já é classificada como “um verdadeiro crime de guerra”. Neste encontro, a Hungria já ofereceu o seu território para servir de corredor de passagem e permitir que os cereais circulem.

Com a ofensiva russa a manter-se focada na região de Donbass, o ministério da Defesa britânico garante que a força aérea está a ter um desempenho pior do que era esperado e a deixar boa parte do esforço para as forças terrestres, que estarão “exaustas”. Entretanto, a ofensiva russa continua a intensificar-se em Severodonetsk, Lugansk, onde os separatistas pró-Kremlin dizem agora ter tomado o controlo de uma aldeia que fica fora da cidade, Toshkivka. Já a Ucrânia atingiu uma plataforma petrolífera russa, na Crimeia.

O maior partido pró-russo da Ucrânia foi considerado ilegal por um tribunal de Lviv, e Olaf Scholz considera que Putin tem receio de que a “faísca de democracia” se espalhe até à Rússia. Ainda esta segunda-feira, o ator norte-americano Bem Stiller reuniu-se com Zelensky na Ucrânia.

O Kremlin descartou a proteção da Convenção de Genebra para os dois cidadãos norte-americanos detidos pelas tropas russas. Do outro lado do Atlântico, Joe Biden considerou “pouco provável” uma viagem para a Ucrânia quando visitar a Europa no fim de semana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia defendeu esta segunda-feira a decisão de bloquear parcialmente a chegada de bens ao enclave russo de Kaliningrado, depois de o governador do enclave ter ameaçado a nação do báltico.

Fique aqui com um ponto de situação das informações mais relevantes das últimas horas na guerra da Ucrânia.

O que aconteceu durante a tarde e noite?

  • A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, disse que a Rússia conseguiu reunir quase todas as suas forças para invadir as povoações perto da cidade de Severodonetsk.
  • No dia em que o maior partido pró-russo do país foi considerado ilegal por um tribunal de Lviv, o Presidente da Ucrânia considera que os desenvolvimentos políticos de Kiev estão a incomodar Moscovo.
  • Putin tem receio de que a “faísca de democracia” se espalhe até à Rússia, considera Olaf Scholz, o chanceler alemão. Na ótica do político germânico, Putin está a tentar dividir a Europa para regressar a um mundo dominado por esferas de influência.
  • Dmitri Mouratov, chefe de redação do jornal de investigação independente Novaïa Gazeta vai leiloar hoje a medalha de laureado do prémio Nobel da paz, em benefício das crianças deslocadas pelo conflito na Ucrânia.
  • Em entrevista à estação de televisão norte-americana MSNBC, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse que não é possível “chamar refém” à jogadora norte-americana de basquetebol Brittney Griner. A jogadora da WNBA está detida na Rússia desde fevereiro, por alegadamente ter entrada no país com óleo de canábis.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, prometeu esta segunda-feira que o país enviará 500 mil dólares (cerca de 476 mil euros) em ajuda humanitária para Bucha.
  • O governador militar de Luhansk, Sergei Haidai, afirmou esta segunda-feira que as forças russas que atacam a cidade de Severodonetsk são em número suficiente para lançar uma ofensiva de larga escala à localidade.
  • O ator norte-americano Ben Stiller reuniu-se esta segunda-feira com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Os dois discutiram a importância no mundo de relembrar o conflito atual com a Rússia.
  • Segundo a vice primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk,, foram deportados 1,2 milhões de cidadãos ucranianos para o território russo desde o início da invasão, incluindo 240 mil crianças. Além disso, mais de 300 pessoas estarão presas na fábrica de Azot em Severodonetsk, impedidas de abandonar o local pelas tropas russas. Cerca de 1.500 civis ucranianos estarão também detidos em prisões russas.
  • O Kremlin afirmou esta segunda-feira que os dois cidadãos norte-americanos capturados pelas tropas russas não podem ser protegidos pela Convenção de Genebra, uma vez que não são tropas regulares do exército ucraniano. Os dois cidadãos foram considerados “mercenários” por Moscovo.
  • O governo italiano terá afastado por agora a necessidade de acionar um plano de emergência para o gás. Em causa estará o aumento do fluxo de gás natural vindo de África, que estará a permitir ao país “contornar” a hipótese de um menor abastecimento de gás vindo da Rússia.
  • Os Países Baixos e a Dinamarca ativaram planos de emergência energética perante a ameaça do abastecimento de gás russo. O governo neerlandês vai suspender a limitação de produção nas centrais de carvão do país para preservar gás natural. A Dinamarca, por seu lado, irá redobrar a monitorização do mercado energético, numa preparação para possíveis cortes de gás russo.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizou esta segunda-feira uma visita “secreta” a Lysychansk, uma localidade na linha da frente no oblast de Luhansk, perto da cidade de Severodonetsk.
  • O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou esta segunda-feira ser “pouco provável” que visite a Ucrânia quando viajar no fim de semana para a Europa. Biden irá deslocar-se para a Alemanha e para Espanha no âmbito das reuniões do G7 e da NATO.
  • A NATO organizou em Bruxelas conversações entre a Turquia, Suécia e Finlândia, com o objetivo de tentar mudar a posição de oposição da Turquia à adesão dos outros dois países à aliança militar.
  • Os dois cidadãos norte-americanos detidos pelas tropas russas a 9 de junho poderão enfrentar pena de morte, à semelhança do que aconteceu aos dois britânicos e ao soldado de cidadania marroquina detidos por separatistas do Donbass. Os dois homens estariam a lutar, como voluntários, ao lado das forças ucranianas antes de serem capturados em Kharkiv.
  • Suíça vai acolher a 4 e 5 de julho uma conferência internacional sobre a reconstrução da Ucrânia, com os organizadores a recusarem um adiamento para demonstrar apoio ao país invadido pela Rússia.
  • O defesa polaco Maciej Rybus foi excluído da seleção nacional e vai falhar o Mundial2022, por continuar a competir no campeonato russo apesar da atual guerra na Ucrânia, anunciou hoje a Federação Polaca de Futebol em comunicado.
  • Um partido pró-russo da Ucrânia foi esta segunda-feira ilegalizado por um tribunal ucraniano. Localizado em Lviv, o tribunal decidiu transferir todos os bens e fundos do partido “Plataforma de Oposição — Pela Vida” para o Estado. A organização era liderada pelo aliado de Vladimir Putin, Viktor Medvedchuk, um empresário acusado de traição.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, assumiu hoje que a União Europeia (UE) precisa de contrariar melhor a “narrativa falsa” de Moscovo sobre a segurança alimentar, que admitiu estar a ganhar “alguma tração”, designadamente em África.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou hoje que África “está refém” da invasão russa da Ucrânia e isso provoca fortes tensões no mercado de cereais para exportação para o continente.
  • A Ucrânia tem planos para mostrar à Europa o equipamento militar russo destruído, de acordo com os planos revelados esta segunda-feira pelo ministro da Defesa ucraniano. Oleksii Reznikov detalhou que esta mostra deverá percorrer várias cidades europeias, incluindo também Lisboa.
  • Moscovo prevê reduções da produção de petróleo bruto de 9,3% este ano e de 9,8% em 2023 devido ao embargo parcial decretado por Bruxelas ao petróleo e produtos petrolíferos russos.
  • Vários países da União Europeia estarão interessados em desenvolver um novo pacote de sanções contra a Rússia e a Bielorrússia, com o objetivo de condenar os dois países pela invasão à Ucrânia. “Cerca de um terço” do grupo dos 27, mas principalmente os países nórdicos e de leste, querem que a Comissão Europeia comece a trabalhar naquela que poderá ser a sétima ronda de sanções contra Moscovo.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia defendeu esta segunda-feira a decisão de bloquear parcialmente a chegada de bens ao enclave russo de Kaliningrado, depois de o governador do enclave ter ameaçado a nação do báltico. A Lituânia “não impôs restrições unilaterais, individuais ou adicionais”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros aos representantes russos em Vilnius.
  • Se no início da invasão da Rússia à Ucrânia o rublo, a moeda russa, desvalorizou de forma significativa contra moedas como o dólar norte-americano ou o euro, esta divisa dá agora mostras de recuperação.
  • Esta segunda-feira, o rublo está mesmo a valorizar face ao dólar norte-americano, a pairar próximo de um máximo de sete anos, de junho de 2015.

O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?

  • Separatistas pró-russos em Severodonetsk, Lugansk, garantem que conseguiram tomar o controlo de uma aldeia que fica fora da cidade, Toshkivka, ao lado da maior estrada que dá acesso, pelo sul, a Severodonetsk. A informação não foi até agora confirmada pela Ucrânia.
  • A Ucrânia terá atingido plataformas de extração de petróleo na região da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014. A informação foi avançada pelo governador pró-russo da região, Sergei Askyonov, no Telegram. O responsável diz que três pessoas ficaram feridas no ataque.
  • Um ataque russo destruiu uma igreja de madeira do Patriarcado de Moscovo, em Lviv, durante esta noite. Não houve vítimas mortais.
  • Esta segunda-feira ouviram-se explosões na cidade ucraniana de Odessa, avançou o jornal Kyiv Independent e confirmou um porta-voz para a administração daquela região.
  • O ex-presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança Russo, Dmitri Medvedev, defendeu que a Rússia não deve negociar com os Estados Unidos sobre questões nucleares até estes “rastejarem” a pedir negociações. “Não temos quaisquer relações com os EUA neste momento”, escreveu no Telegram. E definiu mesmo as relações como “um zero na escala Kelvin” — a temperatura comummente definida como a mais fria possível, ou o zero absoluto.
  • O Conselho da União Europeia decidiu estender por mais um ano, até junho de 2023, as sanções à Rússia pela anexação ilegal da Crimeia e da cidade de Sevastopol, territórios reconhecidos como pertencentes à Ucrânia.
  • Nas últimas horas, a Lituânia bloqueou parcialmente o trânsito de mercadorias, como carvão, metais e materiais de construção, para o enclave russo de Kaliningrado. Em resposta, o ministério dos Negócios Estrangeiros russo condenou aquilo que diz ser um ação “provocatória” e “abertamente hostil” e a avisar: se o trânsito de mercadorias não for resposto totalmente, “a Rússia tem o direito de agir e proteger os seus interesses nacionais”.
  • Em plena crise de cereais — há cerca de vinte milhões de toneladas de cereais ucranianos parados porque os portos do Mar Negro estão bloqueados pela Rússia — a Hungria ofereceu o seu território para ser uma possível rota para a passagem dos cereais ucranianos exportados. A hipótese foi colocada pelo ministros dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, que está esta segunda-feira numa reunião com os homólogos da UE no Luxemburgo, precisamente para discutir a questão dos cereais.

O que aconteceu durante a noite e início da manhã?

  • O bloqueio que a Rússia está a provocar de milhões de toneladas de cereais, parados na Ucrânia, é um “verdadeiro crime de guerra”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE estão esta manhã reunidos no Luxemburgo para discutir o assunto e apelar à Rússia para que desbloqueie os portos do Mar Negro e deixe os cereais circular.
  • No seu relatório diário sobre a evolução da guerra, o ministério da Defesa britânico diz que a ofensiva continua concentrada no centro de Donbass. Quanto à força aérea russa, “tem tido um desempenho pior do que o esperado” e isso será “provavelmente um dos fatores mais importantes para o sucesso muito limitado da ofensiva russa.
  • Um ataque russo destruiu uma igreja de madeira do Patriarcado de Moscovo, em Lviv, durante a noite. Os bombeiros já apagaram o fogo, não havendo vítimas mortais.
  • O Governo alemão explicou a decisão de se virar para o carvão, tentando reduzir o uso de gás para diminuir a sua independência energética da Rússia — uma decisão que classifica como “amarga”.
  • Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou o Dia Mundial do Refugiado para deixar uma mensagem de solidariedade aos refugiados, nomeadamente aos que chegam da Ucrânia, e um apelo aos portugueses: “Defender os direitos dos refugiados, acolhendo-os e integrando-os, é mais do que um imperativo de consciência, é uma obrigação”.
  • O Presidente ucraniano falou do processo de adesão da Ucrânia à UE, que conheceu um passo “histórico” com a luz verde da Comissão Europeia para obter o estatuto de país candidato, mas avisou que poderá ter como resposta russa a “intensificação das atividades hostis” e “não apenas contra a Ucrânia, mas também contra outros países europeus. Estamo-nos a preparar. Estamos prontos”, garantiu.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, avisou que a guerra pode “durar anos” e que os países aliados da Ucrânia terão de estar preparados para apoiar o país durante esse tempo.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.