A CP e o Metro de Lisboa vão voltar a paralisar com a particularidade destas greves afetarem períodos horários fora dos dias de semana, que são normalmente escolhidos para a realização de greves, e focados em eventos que mobilizam dezenas de milhares de pessoas nas duas principais cidades do país.
No caso do Metro de Lisboa, a greve convocada para o dia 26 de junho (domingo) terá efeitos a partir das 23h00 da véspera e será a primeira de 24 horas este ano depois de várias paralisações no período da manhã. A arbitragem realizada no quadro do Conselho Económico e Social (CES) determinou a não fixação de serviços mínimos relativamente à circulação de composições na noite de sábado que coincide com um dos dias do festival Rock in Rio.
O facto de se tratar de uma greve de curta duração e a existência de meios de transporte alternativos (não há conhecimento de outras greves no mesmo dia o setores dos transportes) são as razões invocadas. Na decisão divulgada esta terça-feira, o tribunal arbitral no qual estavam representados os sindicatos e empresa, sustentou ainda que tal posição “não é afetada pela ocorrência, por exemplo, de eventos culturais (v.g Rock in Rio), considerando a existência de transportes alternativos, ainda que possam ter uma oferta limitada”.
Para além do Metro, estão previstos serviços especiais da Carris, da CP (cuja estação mais próxima é da Roma Areeiro) e um shuttle da Galp dentro da cidade de Lisboa e nas ligações às estações de comboios.
Por outro lado, a inexistência de acessibilidades a deficientes motores na estação mais próxima do Hospital de Santa Maria convenceu o tribunal arbitral de que a manutenção dessa linha (a Amarela) em funcionamento não permitiria, só por si, fácil acesso a essa urgência”.
A greve é um direito fundamental, mas estão previstas exceções que podem determinar a realização de serviços mínimos quando estão em causa outros direitos como a satisfação de necessidades sociais impreteríveis ou os serviços necessários à manutenção de equipamentos e instalações. No caso destes últimos foram decretados serviços mínimos com a presença de alguns trabalhadores das áreas do movimento, energia e eletricistas.
O Metro é um dos transportes públicos privilegiados de acesso ao festival Rock in Rio (estação da Bela Vista) e nos dias em que não há greve está previsto o prolongamento do horário de funcionamento até às 03h00 com frequências de 6 em 6 minutos na Linha Vermelha. No último fim de semana, passaram 130 mil pessoas pelo festival, segundo a organização. A greve é convocada por um vasto conjunto de sindicatos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa justificada por reivindicações salariais, mas também por falta de recursos humanos na empresa.
A norte a partir do Pombal (distrito de Leiria) os revisores da CP cumprem esta semana mais de um dia de greve que irá iniciar-se às zero horas do dia 23 de junho, amanhã, e terminar as 07.00 do dia 24 de junho, o que apanha a noite de São João no Porto. Uma greve simétrica foi marcada a sul de Pombal para apanhar os festejos de Santo António em Lisboa na noite de 12 para 13 de junho. Esta greve convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) provocou a supressão de centenas de comboios e levou ao encerramento raro das duas maiores estações de serviços suburbanos de Lisboa, Cais do Sodré e Rossio, justificadas por razões de segurança.
Para esta quinta-feira, a CP já alertou para a previsão da ocorrência de “perturbações muito significativas no dia 23 de junho com forte impacto nos dias anterior e seguinte com origem e/ou destino no Norte de Portugal, Coimbra e Linha do Oeste”. Estão previstos serviços mínimos na Linha de Aveiro entre o Porto e esta cidade.