As supressões de comboios nos serviços urbanos do Porto voltaram na manhã desta sexta-feira a fazer-se sentir, mas não na totalidade, na sequência da greve de quinta-feira do sindicato dos revisores e da paralisação convocada pela Fectrans.

De acordo com dados adiantados pela CP – Comboios de Portugal à agência Lusa, das 00h00 às 08h00, dia de São João, foram realizados 14 dos 26 comboios previstos no serviço urbano do Porto.

A CP – Comboios de Portugal tinha estimado, na quarta-feira, que os comboios urbanos do Porto, Coimbra e o Celta não se realizariam na quinta-feira, véspera de São João, devido a greve.

Greve deverá parar comboios urbanos do Porto e Coimbra na quinta-feira

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A empresa tinha também advertido “para o período entre as 00h00 do dia 23 e as 07h00 do dia 24 de junho”, podendo “ocorrer perturbações muito significativas no dia 23 de junho, com forte impacto nos dias anterior e seguinte, em todos os serviços com origem e/ou destino no Norte de Portugal, Coimbra e Linha do Oeste”.

Para esta manhã, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), foram decretados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, segundo informação da transportadora, ao contrário do que aconteceu para a greve de quinta-feira, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).

O SFRCI confirmou que na quinta-feira estaria prevista a “supressão total” de todos os comboios urbanos do Porto e Coimbra devido à greve convocada por aquela estrutura, havendo também supressões no longo curso.

O sindicato contesta a “diferença de tratamento” e “falta de equidade” face aos trabalhadores da antiga Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), que foi integrada na CP.

“Valorizaram alguns colegas desses entre 200, 300 e 400 euros e, no nosso caso, estamos a falar de aumentos de oito euros a 12 euros”, alegou o sindicalista António Lemos, frisando não estar “contra valorizar e enquadrar” os colegas da EMEF.

A esta greve junta-se a paralisação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), às horas extraordinárias, ao trabalho em dia feriado, ao trabalho em dia de descanso semanal, ao trabalho com falta de repouso nos termos do Acordo de Empresa e também a partir da oitava hora de serviço.

Na segunda-feira, Fectrans e o SNTSF ameaçaram avançar contra a CP em tribunal, falando em “discriminação” dos trabalhadores da antiga EMEF.

O que está em causa neste momento é o respeito pelos trabalhadores, que continuam a ver os seus salários desvalorizados e perante propostas de retirada de direitos, polivalências, para com menos trabalhadores conseguirem fazer o mesmo de hoje”, acrescentando que o SNTSF/Fectrans, “sem prejuízo do anúncio de outras ações a anunciar a breve prazo, depois de efetuar nova ronda pelos locais de trabalho, mantém a greve ao trabalho extraordinário que foi prolongado até ao final de julho, nos mesmos moldes deste mês”, avança uma nota da federação sindical.