O Presidente da República desvalorizou o cancelamento de um almoço marcado com o homólogo brasileiro durante a sua visita ao país e mostrou-se confiante de que o encontro acabará por acontecer no futuro, “por força das circunstâncias”.
“Eu tenho o programa que tenho. Farei para já o programa inicial”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, aquando da chegada ao Rio de Janeiro, este sábado. O Presidente, porém, mostrou-se convicto de que haverá encontro no futuro: “Vamos ver o que sucede serenamente, não há pressa. Um almoço pode acontecer agora, ou em setembro ou em outubro, ou novembro”, disse Marcelo, sublinhando que a certa altura “haverá almoço, por força das circunstâncias”. Por essa razão, deixou um pedido: “Vamos aguardar.”
As declarações surgiram depois de Jair Bolsonaro ter cancelado o almoço que estava marcado para a próxima segunda-feira, com o Presidente brasileiro a invocar o encontro que o Presidente português agendou com Lula da Silva, candidato às eleições presidenciais deste ano. “Ele teria uma reunião com o Lula”, disse.
Bolsonaro cancelou encontro com Marcelo no Brasil. PR português vai encontrar-se com Lula
Questionado pelos jornalistas brasileiros sobre essa decisão, Marcelo Rebelo de Sousa absteve-se de comentar.
O Presidente português não tem que tomar posição na vida política brasileira, a nossa tradição na diplomacia portuguesa é essa”, afirmou, enquadrando o encontro entre os vários que tem em todas as viagens oficiais, com “todos os quadrantes” da sociedade.
O Presidente da República quis ainda deixar uma mensagem positiva, mostrando-se confiante de que o encontro desmarcado com o Presidente brasileiro não ensombrará a visita: “A força da nossa aliança fraterna é o povo. Tudo o resto muda, as instituições vão mudando”, disse, classificando o momento atual como “o melhor” na relação entre os povos português e brasileiro, por força do peso das respetivas comunidade imigrantes nos dois países.
“Sinto que é um bom clima para um bom relacionamento”, acrescentou Marcelo, que garantiu que ainda tenciona dar um mergulho no Rio de Janeiro. “Vir ao Rio e não mergulhar é um crime”, afirmou.