Os governos de Portugal e da Nigéria assinaram esta sexta-feira seis acordos de cooperação bilateral para intensificar relações nos planos político, diplomático e cultural, documentos que se estendem a áreas como a juventude e igualdade de género.
Estes acordos foram assinados nos jardins de São Bento, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo chefe de Estado nigeriano, Muhammadu Buhari, após os dois terem estado reunidos cerca de 40 minutos.
Pela parte portuguesa, os memorandos foram assinados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, numa sessão em que também esteve presente o titular da pasta da Economia, António Costa Silva.
De acordo com os memorandos, prevê-se no plano político uma intensificação das consultas públicas, através da criação de um canal regular bilateral em matérias de interesse comum, e um entendimento sobre “treino diplomático” visando aprofundar a “investigação e troca de informação”.
No plano cultural, Portugal e Nigéria comprometeram-se a promover “iniciativas como exposições, cooperação museológica ou semanas culturais”.
Já nas questões da igualdade, os dois países assinaram um memorando para “o desenvolvimento e empoderamento de mulheres e questões de género”, tendo como objetivo “capacitar, dialogar e partilhar experiências”. Desporto e juventude foram outras áreas abrangidas pelos acordos assinados.
Na quinta-feira, durante um Fórum Económico entre Portugal e Nigéria, foram assinados dois memorandos de entendimento entre associações empresariais dos dois países.
Também na quinta-feira, o Presidente da República recebeu no Palácio de Belém Muhammadu Buhari e classificou como “histórica” a visita a Portugal do chefe de Estado nigeriano, considerando que representa um momento único para um salto político, social, económico, financeiro e diplomático” nas relações bilaterais.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “as empresas portuguesas têm tomado posições cada vez mais significativas” na Nigéria que, assinalou, “é a maior economia africana e é porventura o país africano com o crescimento populacional mais intenso”.
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“Além dessa convergência internacional, temos uma outra convergência na luta contra o terrorismo e na estabilização, por exemplo, no Golfo da Guiné, onde estão forças armadas portuguesas, ou na garantia da segurança contra a piratearia, contra tráfico de seres humanas, contra o narcotráfico”, apontou.
No plano económico, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que “a comunidade portuguesa tem crescido na Nigéria, as empresas portuguesas têm tomado posições cada vez mais significativas, nas infraestruturas, nas obras públicas, mas também entrando no domínio das energias renováveis, do fornecimento de água, do digital, das “startups“, da indústria farmacêutica, das tecnológicas, do turismo, na agro-indústria, no setor agroalimentar”.