O promotor Álvaro Covões considerou na segunda-feira que o festival NOS Alive deste ano, em Oeiras, é “um sonho” a concretizar-se, depois de duas edições adiadas pela pandemia, mas só em 2023 é que se voltará à normalidade.
“Foram muitas noites em branco à espera de chegar este momento. […] Ver esta quantidade de gente que finalmente teve a dignidade de poder trabalhar. Isso é muito importante. Para a indústria é fabuloso”, afirmou o promotor em entrevista à agência Lusa e à RTP, no final de uma visita guiada ao recinto, no Passeio Marítimo de Algés.
O festival cumprirá a 14.º edição entre quarta-feira e sábado com um cartaz que contará com 165 atuações. “São esperadas 210.000 pessoas no conjunto dos quatro dias e é um sonho que demorou”, disse.
Metallica, The Strokes, Da Weasel, Florence + The Machine, Imagine Dragons, Two Door Cinema Club, Stromae, Alt-J são alguns dos nomes que irão passar pelo festival e já só há bilhetes disponíveis para quarta e quinta-feira.
Em relação a edições anteriores, não há alterações substanciais no recinto do festival, na disposição dos sete espaços de atuações — incluindo um coreto, um palco que reinventa uma casa de fados e outro dedicado à comédia –, além das várias zonas de restauração e da presença dos vários patrocinadores com pequenos camarotes virados para o palco maior.
Na área junto a este palco, volta a haver um extenso relvado artificial e haverá uma redistribuição dos pontos de acesso a casas de banho.
Segundo Álvaro Covões, haverá reforço de transportes públicos, prolongamento de horário dos comboios da CP e disponibilização de autocarros da Carris à saída do recinto, com destino a três pontos de estacionamento e transporte em Lisboa e Oeiras.
Sobre acessibilidades para pessoas com necessidades especiais, o promotor reconhece que “é um processo evolutivo” na resposta do festival e que este ano haverá “um serviço de inscrição para os que pretendem acompanhamento” no recinto.
Apesar de se estar nas vésperas de uma nova edição, Álvaro Covões está já a trabalhar na de 2023.
“Só em 2023 é que vamos perceber o verdadeiro impacto [da pandemia], até mesmo no público. […] É preciso relembrar que as pessoas começaram a comprar bilhetes [para esta edição] em 2019. Estes grandes eventos em 2022 têm vendas em quatro anos civis. Em 2023 é que vamos voltar à normalidade. Aí é que vamos perceber“, disse.
Falando de um “ecossistema” que envolve vários setores, Álvaro Covões sublinhou que muitas empresas do entretenimento, organização de eventos e restauração conseguiram manter-se em funcionamento em tempos de pandemia, “mas contraíram dívidas”.
“Se não conseguirem reequilibrar-se financeiramente em 2023, poderão não estar cá”, alertou.
Nestes dois anos de paragem forçada ou intermitência na organização de espetáculos, Álvaro Covões admitiu que o impacto foi maior nos eventos de menor dimensão.
“Os grandes eventos e com a nossa posição no mercado, porque damos muito trabalho, não sentimos assim tanto. Tivemos de mudar de fornecedores e mudar equipas, mas tivemos a sorte de não sentir dificuldade. Eu tenho um ‘feeling’ que as pessoas são mais resilientes nesta indústria e que muitas não quiseram sair e desistir e aguentaram o embate de dois anos sem trabalho”, opinou.
Todas as informações sobre o festival Alive — que manterá o patrocínio principal da operadora NOS em 2023 — estão disponíveis em www.nosalive.com.