A Argélia celebra esta terça-feira o 60.º aniversário da independência de França, depois de 132 anos de colonização francesa, com o primeiro desfile militar em 33 anos.

Desde sexta-feira à noite, as autoridades encerraram 16 quilómetros de estrada, onde o exército tem realizado os ensaios nos últimos dias para o desfile militar, o primeiro em 33 anos, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

O encerramento da principal estrada de acesso ao centro da capital causou enormes engarrafamentos nas estradas que ligam a cidade até aos subúrbios, escreveu ainda a AFP.

Vários convidados, incluindo os presidentes palestiniano, tunisino e nigeriano deverão participar neste desfile militar, que será supervisionado pelo chefe de Estado argelino, Abdelmadjid Tebboune.

Em 5 de julho de 1962, a Argélia declarou a independência, após 132 anos de colonização francesa e uma sangrenta guerra que durou quase oito anos.

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Sessenta anos depois, as feridas ainda estão vivas em ambos os lados, apesar dos gestos simbólicos ao longo dos anos por parte de França.

Em setembro de 2018, um ano após ser eleito, Emmanuel Macron reconheceu que o jovem matemático comunista Maurice Audin morreu sob tortura pelo exército francês em 1957 e pediu perdão à viúva.

Após a publicação do relatório do historiador francês Benjamin Stora, em janeiro de 2021, comprometeu-se com “atos simbólicos” para tentar reconciliar os dois países, excluindo, porém, “arrependimento” e “desculpas”, o que é recebido com frieza em Argel.

Esta segunda-feira, o Presidente francês pediu o “fortalecimento dos laços já fortes” entre a França e a Argélia numa carta ao homólogo, Abdelmadjid Tebboune.

Uma coroa de flores será colocada hoje em seu nome no Memorial Nacional da Guerra da Argélia e do Combate de Marrocos e Tunísia, em Paris, em homenagem às vítimas do massacre de europeus em Oran, no mesmo dia da independência, 05 de julho de 1962, anunciou o Palácio Eliseu.