Joaquim Miranda Sarmento e a restante nova equipa foram eleitos esta quarta-feira com 59,7% dos votos, um valor que fica abaixo dos 92% alcançados pelo cessante Paulo Mota Pinto há apenas três meses. Foram 46 votos a favor, 20 brancos, 10 nulos e um deputado que faltou à votação. E não foi um qualquer: Rui Rio, o ex-líder do PSD, optou por não ir votar. É o pior resultado desde Fernando Negrão, em 2018, e o segundo pior pelo menos dos últimos onze anos.

Joaquim Miranda Sarmento desvalorizou o facto de a votação ser abaixo de quase todos os seus antecessores, dizendo que se “preocupa com a avaliação que os pares fazemà saída e não à entrada”. Sobre ter tido menos 30 pontos percentuais que o antecessor, o antigo líder do CEN diz que não considera “útil” fazer comparações.

Miranda Sarmento agradeceu ainda “aos colegas de bancada a eleição para líder da bancada do PSD” e quis “reforçar que o Grupo Parlamentar do “PSD é um pilar essencial na missão do PSD de ser ser oposição e estar vigilante nas falhas do Governo”.

Além de Joaquim Miranda Sarmento foram eleitos vice-presidentes Ricardo Baptista Leite, João Moura, Paula Cardoso, Paulo Rios de Oliveira, Catarina Rocha Ferreira, Clara Marques Mendes, Joaquim Pinto Moreira, Andreia Neto, Hugo Oliveira e Hugo Carneiro. A estes juntam-se ainda as secretárias Emília Cerqueira e Sónia Ramos. Após uma alteração estatutária, haverá mais dois vice-presidentes (ainda não eleitos, porque depende dessa mudança): Alexandre Poço e Luís Gomes.

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A todos estes nomes juntam-se ainda 14 coordenadores e 14 vice-coordenadores de comissões, o que faria com que — se todos tiverem votado em si próprios — estariam desde logo garantidos, à partida, cerca de 60% dos votos. Se todos os 43 envolvidos votaram em si próprios, apenas três outros deputados que não os candidatos decidiram validar a nova liderança. Apesar de a votação ser maioritária, existiam deputados insatisfeitos com as escolhas, como o Observador noticiou esta terça-feira.

Há três meses, os mesmos deputados elegeram Paulo Mota Pinto com 92% dos votos. Antes disso, em setembro de 2020, Adão Silva foi eleito com 81%. O próprio Rui Rio também tinha tido uma votação expressiva, conseguindo 89,87% dos votos. Fernando Negrão tinha tido uma fraca prestação com, na altura, a bancada passista a fazer o primeiro boicote a Rio: o mandatário de Santana Lopes escolhido por Rio para a função obteve apenas 39% dos votos. Antes da era Rio, o agora secretário-geral, Hugo Soares, teve 85% e o agora líder, Luís Montenegro, na sua primeira eleição como líder da bancada 86%.

Artigo atualizado às 18h42 com declarações do novo líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento.