O príncipe Harry de Inglaterra alertou esta segunda-feira na ONU para a existência de “um ataque global contra a democracia e a liberdade” e exortou todos os cidadãos do mundo a mobilizarem-se para o enfrentar.
Harry, que falava na cerimónia que comemorou o Dia Internacional de Nelson Mandela, pediu que se tome o legado do histórico líder sul-africano como exemplo e nunca se desista na defesa de valores e princípios.
Podemos escolher: ou ficar apáticos e cair no desespero e rendermo-nos à gravidade do que estamos a enfrentar, ou fazer o que Mandela fazia todos os dias”, disse Harry no plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
O duque de Sussex recordou como o histórico Presidente sul-africano, que passou 27 anos na prisão pela sua luta contra o regime apartheid, sempre foi capaz de “encontrar a luz”, mesmo nos momentos mais sombrios, e trabalhar incansavelmente por aquilo em que acreditava.
Harry reconheceu que a situação no mundo é atualmente especialmente difícil, com uma pandemia em andamento, com as mudanças climáticas a “causarem estragos” e com certos grupos usando “mentiras e desinformação” para prejudicar a maioria.
Da horrível guerra na Ucrânia à reversão dos direitos constitucionais aqui nos Estados Unidos, estamos a testemunhar um ataque global à democracia e à liberdade”, insistiu, numa referência à recente decisão do Supremo Tribunal Federal dos EUA sobre o direito ao aborto.
O filho mais novo do príncipe de Gales, herdeiro do trono britânico, garantiu que vê o espírito de Mandela refletido naqueles que se mobilizam para proteger o meio ambiente; nos jovens ativistas a favor da igualdade e da justiça, ou no trabalho de organizações como World Central Kitchen, iniciativa do chef espanhol José Andrés para combater a fome e com a qual a sua fundação colabora.
Num discurso que durou cerca de 15 minutos, Harry destacou o seu amor por África, lugar onde afirma ter-se sentido mais próximo de sua mãe, Diana de Gales, e onde soube que havia conhecido a sua “alma gémea”, Meghan Markle, que o acompanhou na cerimónia na sede da ONU, em Nova Iorque.
O casal entrou na sede das Nações Unidas a sorrir e de mãos dadas para participar na cerimónia em memória de Mandela, no qual participaram vários altos funcionários da organização e representantes nacionais, juntamente com outras personalidades como o presidente da câmara de Nova Iorque, Eric Adams.
Desde 2010 que a ONU comemora o aniversário de Mandela a 18 de julho com um dia em que incentiva as pessoas a passarem pelo menos 67 minutos a trabalharem para a comunidade em homenagem aos 67 anos que o líder histórico sul-africano dedicou ao serviço público.