O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, anunciou esta terça-feira que a companhia petrolífera estatal nigeriana vai funcionar como uma empresa comercial de pleno direito, sem interferência ou financiamento governamental, um ano depois da nova lei do petróleo.

“Estamos a transformar a nossa indústria petrolífera para aumentar a sua capacidade e relevância comercial para as atuais e futuras prioridades energéticas globais“, disse o Presidente, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

“A criação de uma empresa petrolífera nacional independente e comercialmente orientada, que funcionará sem depender de financiamento estatal” atrairá mais investimento estrangeiro, acrescentou o chefe de Estado durante o discurso de lançamento da Companhia Nacional de Petróleo da Nigéria (NNPC, na sigla em inglês), que surge um ano depois da aprovação da lei que rege a indústria do setor.

A Nigéria, um país de 215 milhões de habitantes, é o maior produtor de petróleo da África subsaariana, mas o setor tem a reputação de ser corrupto e improdutivo, com infraestruturas decrépitas após 60 anos de funcionamento, e atraindo pouco investimento estrangeiro apesar das enormes reservas.

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O ministro dos Recursos Petrolíferos, Timipre Sylva, afirmou recentemente que a falta de investimentos estrangeiros antes da aprovação da nova lei do setor custou ao país mais de 50 mil milhões de dólares (48 mil milhões de euros).

A Nigéria produz atualmente cerca de 1,4 milhões de barris de petróleo por dia, abaixo da sua quota máxima estipulada pela OPEP de 1,8 milhões, devido ao roubo generalizado de petróleo, ao vandalismo nos oleodutos e à baixa capacidade de produção.

As receitas do setor petrolífero representam a maior parte dos recursos em divisas e cerca de metade do orçamento do Estado.