Os objetivos da Rússia, na invasão da Ucrânia, “mudaram”. Quem deixa o aviso é o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, que justifica essa mudança com o fornecimento de armas do ocidente à Ucrânia.
Numa entrevista à agência russa RIA Novosti, citada pela Reuters, Lavrov, referindo-se sempre à invasão como a “operação militar especial” que o regime de Vladimir Putin diz estar a levar a cabo, diz que os objetivos da Rússia na Ucrânia já não passam apenas pela região do Donbass, onde o conflito tem vindo a intensificar-se, e incluem agora vários outros territórios.
Na entrevista, Lavrov dá os exemplos de Kherson e Zaporíjia e garante que, para a Rússia, a geografia da ofensiva “mudou”.
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E os avisos não ficam por aqui: se o ocidente fornecer armas de longo alcance à Ucrânia, ameaça, a Rússia irá “expandir mais os seus objetivos”. Isto porque a Rússia, explicou, não pode admitir que haja “ameaças diretas” ao seu território ou à segurança das autoproclamadas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk, lideradas por separatistas pró-russos.
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Se inicialmente o governo de Putin tinha negado que a intenção da Rússia fosse invadir o território ucraniano, garantindo querer apenas desmilitarizar e “desnazificar” o país, em março o ministro da Defesa anunciou que a primeira fase da “operação especial” estava completa e que o passo seguinte seria “conseguir o objetivo principal, a libertação do Donbass”.
No entanto, ainda no fim de semana o governo ucraniano fazia um balanço dos territórios ocupados que apontava para uma soma total de 313 cidades e aldeias ocupadas em várias regiões, não circunscritas ao Donbass, além dos bombardeamentos noutras partes do país.