Por norma, e é assim há quase uma década desde o grave acidente de esqui que sofreu na zona dos Alpes franceses, a situação de Michael Schumacher torna-se mais falada no final do ano, quando se recorda essa data que o atirou para uma situação que poucos conhecem ao certo, e no início do ano, quando se cumpre o aniversário. Existem sempre pelo meio algumas intervenções sobre o heptacampeão de Fórmula 1, sobretudo nas raras entrevistas concedida pela mulher, Corinna, mas pouco mais do que isso. No entanto, contrariando essa regra, o piloto alemão esteve no meio de uma discussão pública entre pessoas próprias.

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Tudo começou com as palavras de Willy Weber, antigo empresário do germânico, numa entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport onde deixou várias críticas à família do ex-piloto que passou por Jordan, Benetton, Ferrari e Mercedes entre 1992 e 2012, com títulos em 1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004.

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“[O acidente] Foi uma grande dor para mim. Tentei contactar a Corinna centenas de vezes e ela não me respondeu. Liguei a perguntar se devia ir vê-lo ao hospital e pediram-me para esperar porque era muito cedo. Liguei no dia seguinte, ninguém me respondeu. Não esperava esse comportamento e estou chateado com isso. Deixaram-me de fora. Diziam-me que era muito cedo, agora é demasiado tarde”, contou.

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“Passaram-se nove anos. Talvez devessem dizer as coisas como são. Ao início entendi a situação, sempre fiz o que pude para proteger a vida privada do Michael. Mas desde então, só temos ouvido mentiras deles [da família]. Anos depois do acidente, disse a mim mesmo que iria cuidar da sua família, já que não podia mudar o rumo das coisas. Era como um filho para mim e ainda hoje me custa falar disso”, acrescentou.

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Agora, numa entrevista à RTL, Jean Todt, antigo líder da Ferrari (onde trabalhou de forma direta com o alemão) e da Federação Internacional de Automobilismo, como que “respondeu” às declarações de Willy Weber, levantando mais o véu sobre a real situação do antigo piloto depois do acidente de 2013.

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“Não sinto falta do Michael. Continuo a vê-lo. Mas, claro, aquilo que sinto falta é do que fazíamos juntos… E sim, é verdade, vejo as corridas com ele. O Michael tem uma família maravilhosa. A Corinna é consistente, confiável, comprometida e modesta. Só vês quem são verdadeiramente as pessoas nos momentos difíceis”, frisou o antigo dirigente francês, numa declaração com especial relevância nesta fase depois de Mick Schumacher, filho do ex-piloto, estar a conseguir os melhores resultados na Fórmula 1.

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“Conheço o Mick desde que nasceu. Ele é até mais próximo da minha mulher do que eu. A Michelle e o Mick corriam atrás de galinhas juntos. Fiquei tão feliz por ele ter terminado nos pontos nas últimas duas corridas. Desejo que no futuro tenha a chance de correr no melhor carro, para ter a chance de ganhar corridas e títulos, mas a pressão que fizeram no início foi muito injusta”, acrescentou Jean Todt.