As alterações climáticas têm feito cada vez mais estragos à volta de todo o globo terrestre. Desta vez foi na Gronelândia, onde se registou a perda de 12 mil milhões de toneladas de água no último fim de semana.
O fenómeno afetou o noroeste da ilha autónoma da Dinamarca onde as quantidades de gelo derretidas eram suficientes para encher 7,2 milhões de piscinas olímpicas, diz a National Snow and Ice Data Center à CNN.
“O degelo da semana passada não é normal, tendo em conta os últimos 30 a 40 anos de fenómenos climáticos”, diz Ted Scambos investigador do centro sediado nos Estados Unidos da América. Em 2019 já se tinham registado grandes quantidades de água no mar da Gronelândia, superiores às esperadas. Um total de 532 mil milhões de toneladas de gelo derreteram devido a uma onda de calor sentida na região.
Nesse ano, o nível médio das águas do mar aumentou em 1,5 milímetros face ao que era previsto.
Na rede social Twitter, o climatólogo e investigador do EastGRIP — projeto que visa planear a recuperação do núcleo de gelo –, Aslak Grinsted, testemunhou a subida da temperatura através de uma fotografia que mostra -1.6ºC, que não é habitual para a região. Termómetros costumam registar menos cerca de 10 graus.
We have our own mini heatwave @egripcamp. -1.6C in the middle of the Greenland ice sheet. Our planned planes are postponed because our skiway is not at good when it is this warm. pic.twitter.com/f8QneUkn0W
— Aslak Grinsted (@AGrinsted) July 18, 2022
“As temperaturas que sentimos neste momento são muito quentes para a aterragem de aviões equipados com esqui”, diz Grinsted à rede televisiva norte-americana. “Fizemos na neve grandes cavernas artificiais onde armazenamos núcleos de gelo para protegê-lo do calor do verão”, acrescentou.
Em 2020, a Universidade de Ohio fez um estudo que concluiu que a situação do degelo da Gronelândia era irreversível. A partir desse ano, nenhuma medida de combate às alterações climáticas será capaz de voltar atrás com a taxa de derretimento dos glaciares.
O aumento das temperaturas na região começou a ser sentido na década de 1980, onde se registaram perto de 0ºC — o que representa a subida de 16ºC por década. E aparentemente, não ficará apenas por esses números, tendo em conta que a superfície terrestre está a ficar mais escura e mais quente.
Gronelândia está a ficar mais escura e mais quente devido à falta de tempestades e neve fresca