Não há melhor forma para demonstrar o domínio de Pedro Pablo Pichardo na final do triplo salto dos Mundiais ao Ar Livre do que fazer um simples e mero exercício rápido: se cada salto dessa uma medalha, o atleta nacional tinha conquistado o ouro na primeira tentativa (17,95), a prata na segunda tentativa (17,92) e o bronze na terceira tentativa (17,57). Ficou a três centímetros do seu recorde nacional estabelecido nos Jogos Olímpicos de Tóquio, estabeleceu a melhor marca do ano e arrumou cedo a questão.

A melhor marca do ano a abrir, a festa a fechar: Pedro Pablo Pichardo sagra-se campeão mundial do triplo salto

É certo que os principais rivais tiveram quase falta de comparência, a começar pela grande desilusão da competição, o cubano Lázaro Martínez, que passou de campeão mundial de Pista Coberta com 17,64 para 12.º e último na final dos Mundiais ao Ar Livre após acumular três tentativas nulas. Hugues Fabrice Zango, que não foi além do bronze nos Jogos, melhorou em relação ao Mundial de 2019 passando de bronze para prata mas com uma marca pior (17,66-17,55). Zhu Yaming, vice-campeão olímpico com 17,57, não foi além da terceira posição nos Mundiais com a marca mais modesta de 17,31. Quer o burquinense, quer o chinês estabeleceram as melhores marcas pessoais do ano mas ficaram muito longe de Pichardo.

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Logo nesse primeiro salto, uma imagem valeu mais do que mil palavras: após ter juntado as mãos durante a apresentação agradecendo os aplausos do público para todos os finalistas, tirou o equipamento, foi logo o segundo a saltar, confirmou que a tentativa era válida, ficou a olhar para a bancada de braços nas ancas como que a marcar posição e fez depois o gesto do “Eu estou aqui” como prenúncio da vitória. No final, apesar de não ter conseguido melhorar a marca inicial (o que valeria quase de forma garantida um novo recorde nacional), saltou para a bancada, abraçou o pai e treinador, ofereceu a medalha e foi buscar a bandeira portuguesa para fazer a festa na pista e tirar as habituais fotografias para a posteridade.

Veja a galeria das imagens do salto que valeu a Portugal a primeira medalha nos Mundiais de Eugene.