António Horta Osório é o novo administrador do grupo Impresa. Segundo comunicado enviado pela dona da SIC, o antigo banqueiro será administrador não-executivo. A nomeação surge na sequência da renúncia “hoje apresentada pelo administrador não executivo João Castro, que assumirá um diferente nível de envolvimento com o Grupo”.

António Horta Osório foi “cooptado” pelo Conselho de Administração da Impresa, em substituição de João Castro. Segundo o comunicado, “após o cumprimento das formalidades legais necessárias, nomeadamente a alteração estatutária que permita a designação de dois Vice-Presidentes, é intenção do Conselho de Administração da IMPRESA que António Horta Osório seja designado Vice-Presidente do Conselho de Administração, a par de Francisco Maria Balsemão, que já exerce essas funções, e também Presidente do Comité de Estratégia da IMPRESA”.

O grupo destaca o “notável percurso empresarial, nacional e internacional” do antigo presidente do Credit Suisse, que “pelas qualidades pessoais e profissionais” “é uma excelente escolha para administrador do Conselho de Administração da IMPRESA”.

“A sua visão e a sua experiência serão certamente um importante contributo para o Grupo e para o setor dos media”, refere Francisco Pinto Balsemão, Presidente do grupo, citado na nota.

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Também citado, o CEO da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, destaca que Horta Osório “participará ativamente na definição da estratégia para o futuro da IMPRESA, em tempos de profundas mudanças para os meios de comunicação social. O Grupo beneficiará muito com a sua experiência internacional e com o seu conhecimento da realidade do nosso país”.

Já Horta Osório sublinha a “enorme admiração pelo Grupo Impresa e pelo seu fundador, pelo que foi com muito gosto que aceitei o desafio que me foi proposto”. O gestor destaca o “grande sentido de responsabilidade” com que dará o seu contributo “para a definição da estratégia do grupo Impresa, numa altura em que o setor enfrenta importantes mudanças”.

António Horta Osório demitiu-se do Crédite Suisse em janeiro, após ter quebrado regras anti-covid, nomeadamente por não ter cumprido o período de quarentena exigido no Reino Unido.

António Horta-Osório demite-se do Credit Suisse após quebrar regras anti-Covid-19

Já em julho, o gestor foi contratado pelo banco italiano Mediobanca como consultor sénior, para ajudar a instituição a fazer aquisições no mercado europeu.

António Horta-Osório contratado pelo Mediobanca para ajudar banco italiano a fazer aquisições no setor europeu

Impresa com prejuízos no semestre

A Impresa registou prejuízos de 2,2 milhões de euros no primeiro semestre, o que compara com lucros de 3,3 milhões de euros em igual período de 2021.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa adianta que as receitas totais do grupo atingiram 88,2 milhões de euros, “refletindo uma redução de 4,2% comparativamente ao valor registado no período homólogo”.

Já as receitas com publicidade, “representativas da maior parcela de proveitos” do grupo, “cresceram 1,3%”.

Os custos operacionais “aumentaram 3,6%, em consequência, principalmente, do aumento de custos com produção e energia, da cobertura da guerra na Ucrânia e da resposta ao ataque informático sofrido em janeiro de 2022”, justifica a Impresa.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) “superou 4,2 milhões de euros, o que traduz uma redução de 62% face ao primeiro semestre de 2021”, num semestre “marcado pelo ataque informático ao grupo, pela guerra na Ucrânia e pelo impacto das pressões inflacionistas”, lê-se no comunicado.

A dívida remunerada líquida do grupo diminuiu 14,2 milhões de euros (9,2%), em termos homólogos, para 140,2 milhões de euros

As receitas do segmento televisão recuaram 3,7% para 77 milhões de euros, as de ‘publishing’ caíram 5,5% (10,6 milhões de euros) e as da Infoportugal diminuíram 27,8% (648 mil euros), enquanto as de Intersegmentos e outras subiram 34,4%.

A diminuição das receitas no segmento de ‘publishing’ “foi motivado, sobretudo, pelo ataque informático de que o grupo Impresa foi alvo no início do ano”.

O EBITDA do segmento ‘publishing’ registou uma quebra de 71,3% para 443 mil euros.

No que respeita aos custos, “verifica-se um acréscimo de 5%, justificado, sobretudo, pelo aumento do preço do papel utilizado na impressão do Jornal Expresso, pelo ataque informático e pela cobertura jornalística da guerra na Ucrânia”, adianta o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão.

O lucro da SIC caiu 81% no primeiro semestre, face a igual período de 2021, para 1,045 milhões de euros.