A Guarda Nacional Republicana (GNR) apreendeu, na segunda-feira, meia tonelada de bivalves no concelho de Alcochete, distrito de Setúbal, no âmbito de uma ação de prevenção e fiscalização no estuário do Tejo.
Em comunicado, a GNR explica que na operação realizada pelo Destacamento Territorial do Montijo foram fiscalizadas 112 pessoas e 74 viaturas no estuário do Tejo, nomeadamente na Praia do Samouco.
No decorrer das diligências policiais foram identificadas as pessoas que se encontravam na apanha de bivalves, tendo sido elaborados quatro autos de contraordenação por apanha de amêijoa em zona interdita, motivo pelo qual podem constituir um perigo para a saúde pública e que levou à sua apreensão.
Ao todo foram apreendidos 585 quilos de amêijoa e duas ganchorras.
A ação contou ainda com o reforço do Destacamento Territorial de Almada e do Destacamento de Intervenção (DI) de Setúbal, num total de 25 militares.
Na nota, a GNR relembra que os moluscos bivalves, porque se alimentam por filtração da água, acumulam microrganismos e substâncias químicas e que o seu estado de salubridade reflete a contaminação microbiológica e teor em metais tóxicos das zonas onde se encontram, podendo mesmo conter níveis superiores aos existentes no meio ambiente.
Por outro lado, existem perigos químicos associados aos bivalves, como as biotoxinas marinhas que são compostos tóxicos, produzidos por microalgas, que podem causar intoxicações.
Este tipo de atividade no rio Tejo tem sido alvo de queixas e protestos.
Em maio, a Câmara Municipal de Alcochete aprovou por unanimidade uma moção a exigir maior vigilância e fiscalização no rio Tejo para combater a apanha ilegal de amêijoa, atividade que tem também causado problemas de segurança no concelho.
Na moção, enviada ao Governo, Presidente da República, Assembleia da República, Procuradoria-Geral da República, autoridades policiais e marítimas, a autarquia exigia o reforço de efetivos e de meios para a Guarda Nacional Republicana, para que possa desenvolver com eficácia as suas atribuições, assim como maior vigilância, fiscalização e atuação por parte da Polícia Marítima.
Esta é já a segunda moção aprovada pela autarquia no espaço de um ano a insurgir-se contra o problema e a exigir das entidades mais fiscalização e vigilância.