Confiante mas sempre cauteloso, satisfeito mas avesso a qualquer ponta de euforia, ansioso para começar mais uma prova oficial mas devolvendo a questão do favoritismo aos jornalistas. A primeira conferência de imprensa de Roger Schmidt antes de um jogo para o Campeonato, neste caso o primeiro da competição esta sexta-feira na Luz com o Arouca (20h15), acabou por ser quase um prolongamento da forma como tinha abordado a goleada frente ao Midtjylland a meio da semana mas com uma mensagem de força que começa a ser habitual sempre que fala em termos públicos: apesar do que aconteceu nas últimas épocas e do jejum de títulos que dura desde agosto de 2019 (5-0 ao Sporting na Supertaça, o Benfica tem de se assumir como grande clube e contar com os adeptos para fazer prevalecer a sua superioridade teórica.

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“Vamos jogar em casa e o jogo de terça-feira [com o Midtjylland] já foi uma boa preparação para amanhã [sexta-feira]. Quando jogamos em casa queremos controlar o jogo e pressionar o adversário. O desafio é ter atenção ao posicionamento tático, para os momentos de transição. Os adversários estão à procura e à espera dos nossos erros mas nós falamos muito sobre isto e estamos preparados. Temos de ter atenção aos espaços que deixamos abertos, este é sempre um dos tópicos nos treinos. É o primeiro de 34 passos e queremos jogar desde início um futebol de ataque. Esperamos marcar muitos golos, queremos ganhar troféus e para ter muitos pontos é preciso ganhar os jogos”, começou por dizer na conferência.

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“Estou entusiasmado para conhecer a Liga portuguesa. Já tenho experiência em algumas ligas no estrangeiro. Na Alemanha treinei várias equipas e cada liga tem as suas caraterísticas, a sua cultura. Estou entusiasmado para ver o adversário, a abordagem, se é corajoso em campo… Temos de encontrar soluções para contrariar a tática do Arouca. Favoritos? Não nos compete a nós dizer quem são os favoritos. Nós somos o Benfica e temos tudo o que é preciso para lutar pelo título. É a vossa tarefa encontrar a equipa favorita. Há boas equipas como o FC Porto, o Sporting ou o Benfica, são sempre as equipas candidatas. Nós acreditamos em nós, temos de trabalhar no duro. Temos um bom ambiente, um futebol de qualidade e temos todas as condições para lutar pelo título até ao fim”, acrescentou ainda o alemão, admitindo que apesar do pouco tempo de preparação agora a equipa já antes se vinha preparando para estes contextos.

“Não tivemos muito tempo entre estes dois jogos. Os jogadores que jogaram na terça-feira não treinaram muito porque precisam de estar frescos. O Midtjylland não pressionou muito, nós tentámos encontrar soluções. Tentámos estar atentos a isto na pré-época porque sabemos que muitas vezes nos compete a nós encontrar soluções para os adversários que defendem recuados. Fomos criativos, mostrámos qualidade individual, e foi uma boa preparação para o jogo com o Arouca porque sabemos que o adversário está sempre à procura das transições”, destacou em relação ao primeiro opositor no Campeonato.

Em paralelo, e à margem do jogo inaugural em termos nacionais no plano oficial, Schmidt referiu que o plantel ainda está demasiado grande (sendo que as contratações não estão ainda fechadas) mas não abriu o jogo nem em relação à possível saída de Weigl ou de outros excedentários, nem à hipotética chegada de mais um guarda-redes, nem às apontadas contratações de Ricardo Horta e Fredrik Aursnes.

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“Não quero falar sobre o que os jogadores querem, o que posso dizer é que neste momento temos muitos jogadores no plantel e a situação não é ideal. Todos querem ser titulares. Há jogadores que estão à frente de outros. O Weigl é um jogador de topo, já o mostrou na pré-época mas vamos ver o que acontece. Depende dos outros clubes, dos jogadores… Da minha parte, posso dizer que estou concentrado nos jogos e Weigl é uma parte importante da equipa”, adiantou, entre muitos elogios a Florentino Luís, “que demonstrou muita qualidade, evoluiu muito e é um exemplo do que é um jogador completo”.

“Guarda-redes? Para dizer a verdade, estou impressionado com o que vi na pré-época. Todos estão em bom nível e estou entusiasmado também com os mais novos. Vi-os treinar com afinco, estão num nível muito elevado e para já estou satisfeito com o que temos. Mas não estou só satisfeito com os guarda-redes, estou também com os restantes jogadores. Para já estou bastante contente com o plantel”, concluiu.