Pelo menos 10 mineiros continuam presos desde quarta-feira numa mina de carvão na cidade de Sabinas, no México, confirmaram as autoridades mexicanas. Outros cinco já foram retirados, mas estão feridos. Segundo um comunicado da Secretaria do Trabalho e da Segurança Social, os trabalhadores foram surpreendidos por uma inundação que os encurralou na mina, explorada desde janeiro. O alerta foi dado por um mineiro que conseguiu escapar.

Mais de 90 militares mexicanos estão a participar nas tarefas de resgate, juntamente com membros da Proteção Civil e seis peritos das forças especiais da Guardia Nacional, mas os trabalhos desenvolvidos ao longo de 20 horas na última quinta-feira revelaram-se infrutíferos. Segundo o El País, foi acionado um plano militar desenvolvido para acudir à população em caso de crise — o DN-III. Já foram instaladas bombas de extração de água junto à mina.

Em conferência de imprensa, Laura Velázquez, coordenadora da Proteção Civil, explicou que os mineiros estão na galeria número 1, onde trabalhavam com ferramentas manuais, quando ficaram encurralados por uma inundação de 34 metros de água. Para chegar até à sua localização, “é preciso descer três poços”.

“Neste momento o importante é que as bombas que nos foram enviadas pela Conagua, que estão a ajudar-nos muito, estão a ser localizadas. Estamos a colocar bombas estrategicamente em cada um desses poços para poder extrair a maior quantidade de água e ter acesso imediato às minas e resgatar os mineiros o mais rápido possível”, descreveu Laura Velázquez, citada pela CNN México. Segundo o jornal local Zocalo, as bombas — que têm cerca de 150 cavalos de potência — só estão a extrair 1,49 metros de água por hora.

A escavação fica na povoação de Agujita, numa área conhecida como Conchas, estado de Coahuila. Nesta região do México extrai-se 99% do carvão explorado no país. De acordo com o jornal espanhol, 3.000 famílias dependem diretamente desta indústria; e, só entre 2000 e 2020, 2.626 ficaram incapacitadas por causa das tarefas nas minas. Em junho de 2021, sete mineiros morreram após terem ficado presos numa escavação que desabou. E em fevereiro de 2006, uma explosão encheu uma mina de gás e matou 65 dos 73 trabalhadores no local.

Miguel Ángel Riquelme Solís, governador do estado de Coahuila, explicou ao Diario de Coahuila que “cada mina apresenta situações particulares” e que o caso não é comparável em do verão do ano passado. “São necessários equipamentos e estudos diferentes, aqui os planos não foram atualizados e não havia noção de para onde ir, não saíram os trilhos nem as condições da mina “, justificou.

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