A portuguesa Talkdesk, que fornece serviços tecnológicos para centros de contacto, vai reduzir o número de trabalhadores. A notícia foi avançada pelo jornal digital Eco esta sexta-feira.

Este unicórnio, uma empresa avaliada em mais de mil milhões de dólares, justifica esta redução do número de trabalhadores com o “contexto económico” e a necessidade de alinhar os recursos de que dispõe com “as necessidades”.

“As mudanças na equipa em Portugal e noutras regiões foram realizadas com o objetivo de melhor alinhar recursos com as prioridades da empresa e com o contexto económico, o que inclui reduções baseadas no desempenho e no nível de contribuição”, indica uma declaração oficial da empresa, citada pelo Eco e a que o Observador também teve acesso.

“As saídas representam um baixo impacto de apenas um dígito percentual no número de colaboradores a nível mundial – continuamos com mais de 1.000 profissionais baseados em Portugal e estamos profundamente orgulhosos da sua contribuição. O negócio da Talkdesk continua forte, com o crescimento da procura no setor”, é ainda possível ler.

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Uma pesquisa na rede social profissional LinkedIn permite ver algumas partilhas feitas esta semana sobre trabalhadores da Talkdesk que terão sido alvo desta redução de trabalhadores. Uma boa parte destas publicações foi feita por profissionais ligados à área do recrutamento – serão pelo menos dez as pessoas afetadas, de acordo com as publicações no LinkedIn de recrutadores que estavam ligados à empresa portuguesa e que estão agora à procura de um novo trabalho.

A Talkdesk, criada em 2011, disponibiliza software centrado na cloud para a indústria dos centros de contacto. A empresa tinha vindo a expandir o número de trabalhadores ao longo dos últimos anos: no ano passado, atingiu a marca dos dois mil empregados. De acordo com a Forbes, a empresa contaria com 2.100 trabalhadores no ano passado — na altura, a revista incluiu a empresa na lista das 100 empresas mais promissoras no mercado da cloud, colocando a tecnológica portuguesa no 17.º lugar.

A Talkdesk, fundada por Tiago Paiva e Cristina Fonseca, atingiu o estatuto de unicórnio em outubro de 2018, quando na altura fechou uma ronda de financiamento de 100 milhões de dólares.

A Talkdesk vale mil milhões de euros. É o terceiro “unicórnio” com ADN português

Em agosto do ano passado, a empresa anunciou que tinha multiplicado por três a valorização, ficando avaliada na altura em mais de 10 mil milhões de dólares, depois de ter fechado uma ronda série D de 230 milhões de dólares.

A Talkdesk não é a única empresa com ADN português a reduzir o número de trabalhadores este ano. Também empresas como a Remote, também ela um unicórnio, e a Rows decidiram reduzir a quantidade de trabalhadores este ano.

No panorama internacional, até as gigantes tecnológicas têm optado por abrandar as contratações devido ao contexto económico mais desafiante. Esta semana foi também conhecida a segunda vaga de despedimentos da aplicação de investimento em bolsa e em criptomoedas Robinhood, que no total já terá despedido mais de mil trabalhadores. Há algumas semanas, também a Microsoft anunciou que ia reduzir em 1% o número de trabalhadores, situação que afeta as diversas geografias onde a empresa está presente.

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