Dos seniores à formação, do masculino ao feminino, do futebol às modalidades, o dia 10 de agosto de 2023 ficou marcado pelo desaparecimento  de um dos camisolas 10 mais míticos do desporto português que nascera a 10 de fevereiro de 1959. De uma forma ou outra, todos os eventos nacionais teriam de fazer referência a Fernando Chalana, o Pequeno Genial que morreu aos 63 anos. No Benfica Campus, no Seixal, essas homenagens foram ainda mais sentidas, com os adeptos a associarem-se ao momento de pesar que foi cumprido antes da partida. E havia ainda mais uma razão para procurar um bom início de época, entre um minuto de silêncio cumprido com particular sentimento e a chegada de Rui Costa ao recinto.

Morreu aos 63 anos Fernando Chalana, símbolo do Benfica e da Seleção Nacional

“Este desafio acaba por ser um bom teste à adaptabilidade que as jogadoras conseguem ter no jogo para perceber que espaços é que existem e que espaços é que o adversário está a fechar. É também um momento de crescimento para elas. Devemos focar-nos mais no que somos, nos nossos princípios e dinâmicas e depois tentar adaptar isso na partida. Estamos muito focados em conseguir troféus, apesar de sabermos que mesmo em termos de timing não é o ideal, tendo em conta que a seguir temos uma pré-eliminatória da Liga dos Campeões, mas é um grande objetivo do clube. Queremos ganhar tudo”, tinha destacado antes Filipa Patão, treinadora do Benfica que recordou o jogo com o KF Hajvalia, do Kosovo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Todos sabemos a qualidade do Benfica. É o atual campeão nacional, tem as suas valências, mas também tem os seus pontos menos fortes. Vamos ter uma equipa organizada, guerreira e competente em todos os momentos do jogo e vamos fazer de tudo para anular as virtudes do adversário. O controlo emocional nestes duelos é essencial. Temos um grupo com muita qualidade e profundidade e iremos orgulhar os pergaminhos do clube e os nossos adeptos”, salientara Gonçalo Nunes, técnico do Sp. Braga que iria fazer a estreia pelas minhotas após passagens por Estoril, Amora e Sporting (como adjunto).

Depois de uma primeira parte ainda equilibrada, as campeãs nacionais, que além do Campeonato não conseguiram mais qualquer título em 2021/22 (embora tenham feito história com uma inédita entrada na fase de grupos da Champions), mostraram no segundo tempo que são cada vez mais a equipa mais forte em Portugal e que preparam aquela que pode ser a confirmação de uma temporada de hegemonia, garantindo para já a passagem à final da Supertaça onde irão defrontar o vencedor do Sporting-Famalicão.

O encontro começou de forma equilibrada, sem grandes oportunidades, com o Benfica a ter mais bola e outra capacidade de jogar no meio-campo adversário mas com o Sp. Braga bem organizado em campo e sempre a ter em vista as saídas em transição à procura das jogadoras mais rápidas na frente. Ainda assim, foi preciso esperar quase até à meia hora para a primeira grande oportunidade de golo, com Ana Vitória a obrigar Patrícia Morais a defesa apertada para canto (28′) antes de Laura Casanovas rematar um pouco por cima na sequência de uma situação em que as minhotas conseguiram surgir 2×1 na frente (31′). Ana Seiça, com uma meia distância, tentou desfazer o nulo (34′), Cloé Lacasse teve ainda uma boa entrada ao primeiro poste com desvio ao lado (40′) mas o jogo seguiria mesmo para intervalo sem golos.

No segundo tempo, o Benfica conseguiu materializar a sua superioridade e praticamente resolveu o jogo em menos de dez minutos, com Pauleta a inaugurar o marcador de cabeça aos 53′ após um livre lateral batido por Andreia Faria (uma das melhores em campo a par de Andreia Norton, internacional ex-Sp. Braga) e Cloé Lacasse a aumentar a vantagem num golo que a canadiana tentou desde o minuto inicial (60′). O 2-0 mexeu e muito com a parte anímica das minhotas, que ainda tiveram boas aproximações que podiam ter levado perigo mas que viram Patrícia Morais evitar mais golos até ao 3-0 de Marta Cintra (82′).