É aquilo que toda a gente procura saber, é aquilo que toda a gente já sabe de forma oficiosa, é aquilo que em termos públicos continua por saber-se. Miguel Oliveira foi uma figura incontornável em pista no último fim de semana, saindo do 13.º lugar para chegar ainda à sexta posição após ultrapassar Aleix Espargaró, Quartarato e Álex Rins nas derradeiras cinco voltas em Silverstone, e voltou a ser também fora do circuito, ainda a propósito do futuro no MotoGP a partir de 2023. Um futuro que, segundo o próprio, está decidido, fechado e à espera de confirmação quando as questões contratuais com a sua atual equipa estejam resolvidas. E um futuro que, faltando outro tipo de anúncios, continua a ser revelado… por outros.

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De pessoas ligadas de várias formas não diretas à Aprilia ao próprio patrão da Tech3, da KTM (que só agora tem Pit Beirer a assumir a aposta num piloto de nova geração para a equipa satélite), todos foram falando da decisão tomada como um dado adquirido. Agora foi a vez também da Ducati abordar o tema como se tudo estivesse oficializado, assumindo a “derrota” para a RNF e explicando o que falhou no processo.

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“Tivemos uma conversa com o [Miguel] Oliveira mas também com o Raúl Fernández. A situação com o Oliveira parecia positiva mas em determinado momento necessitávamos de aprovação da Gresini Racing, porque eles são uma equipa cliente. Pagámos o salário do [Enea] Bastianini este ano porque era uma situação especial, porque ele tem contrato connosco, mas por princípio queremos apenas pagar aos pilotos da Lenovo e da Pramac. As equipas clientes devem consultar-nos mas fazem as próprias escolhas porque não podemos suportar financeiramente oito pilotos”, começou por explicar Paolo Ciabatti, diretor desportivo da Ducati, em declarações ao portal Speedweek. Ou seja, a ideia dos transalpinos é pagarem os salários dos quatro principais pilotos, que nesta altura são Pecco Bagnaia, Jack Miller (de saída para a KTM), Johann Zarco e Jorge Martín, ficando o resto para Gresini Racing e VR46 Racing Team.

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“Por isso levou-nos algum tempo a conseguir um acordo com o Oliveira. Enquanto isso, a Aprilia chegou a acordo com a equipa RNF, do Razlan Razali. Eles fizeram uma boa oferta ao Oliveira e ele decidiu aceitá-la. É compreensível, porque naquele momento não estávamos em condições de lhe apresentar um acordo”, admitiu Ciabatti sobre uma fase onde tudo apontava para que a Gresini Racing ganhasse a corrida, antes de ter de partir para outra solução e já ter anunciado oficialmente Álex Márquez para 2023.

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“É verdade que falei com o Miguel Oliveira e com o seu pai Paulo na garagem da Gresini em Barcelona. Falámos da possibilidade dele ir para a Ducati mas nunca se chegou a falar de contratos ou valores”, prosseguiu ainda o responsável sobre a famosa imagem tirada no Grande Prémio da Catalunha.

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“Sabíamos o que ele queria mas tínhamos de conseguir um acordo com a Gresini. É óbvio que o Oliveira é um piloto super rápido, tem quatro vitórias, mas não estamos sozinhos no mundo. Enquanto tentávamos um acordo com a Gresini para lhe pagar o salário, a Aprilia foi mais rápida. Lá terá um contrato direto com a fábrica e, tendo em conta que não queria mudar-se para a Tech3, mas também não queria ficar sem emprego, virou-se para a Aprilia. O acordo não foi conseguido por uma questão de timing“, salientou.

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“A Aprilia é bastante competitiva. Se olharem para o que o Aleix Espargaró e o Viñales estão a fazer, creio que o Miguel Oliveira vai conseguir fazer igual ou melhor”, destacou ainda Ciabatti. De referir que, nesta altura, Aleix Espargaró está na segunda posição do Mundial a 22 pontos do líder e campeão mundial Fabio Quartararo (180-158), enquanto Maverick Viñales segue na nona posição com 82 pontos, apenas mais um do que Miguel Oliveira. Já os resultados da RNF, ainda em ligação com a Yamaha, têm deixado bastante a desejar, com Darryn Binder e Andrea Dovizioso fora do top 20 da classificação geral.