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Não há nem mais um euro mas o Pote de ouro está em casa (a crónica do Sporting-Rio Ave)

Este artigo tem mais de 2 anos

O Sporting carimbou a primeira vitória na Liga contra o Rio Ave e com dois golos de Pote, que mostrou que o ouro está em casa numa semana em que Amorim disse que os leões não têm "nem mais um euro".

Sporting CP v Rio Ave FC - Liga Portugal Bwin
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O jogador internacional português abriu o marcador e fez o terceiro golo dos leões

Getty Images

O jogador internacional português abriu o marcador e fez o terceiro golo dos leões

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“É frustrante mas é futebol. As pessoas em casa gostaram, o treinador do Sporting nem tanto e os adeptos do Sporting também não”. O empate dos leões contra o Sp. Braga na Pedreira, na jornada inaugural da Primeira Liga, foi elogiado pelos seis golos, pelas mudanças no marcador e pelo entusiasmo em que o Campeonato português tantas vezes escasseia. Mas Rúben Amorim, logo depois do apito final, deixou o romantismo de parte para recordar a equipa de que era preferível um jogo aborrecido e os três pontos a um autêntico thriller que só desse um ponto.

Este sábado, em Alvalade e no primeiro jogo oficial em casa esta temporada, o Sporting recebia o Rio Ave e tinha desde já essa pressão de ter empatado na primeira jornada — sendo que Benfica e FC Porto, os dois principais rivais, golearam. Depois de uma semana difícil essencialmente para Ricardo Esgaio, que foi muito criticado na sequência do lance que deu o golo do Sp. Braga e que acabou por apagar as redes sociais, os leões anunciaram que decidiram juntar-se ao blackout digital, tornando-se o primeiro clube a associar-se à campanha “Mais Futebol, Menos Ódio”.

Ficha de jogo

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Sporting-Rio Ave, 3-0

2.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Sporting: Adán, Luís Neto (Jeremiah St. Juste, 72′), Coates, Gonçalo Inácio, Pedro Porro (Ricardo Esgaio, 80′), Manuel Ugarte (Morita, 65′), Matheus Nunes, Matheus Reis, Marcus Edwards (Rochinha, 72′), Pedro Gonçalves, Trincão (Fatawu, 80′)

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Nuno Santos, Flávio Nazinho, Rodrigo Ribeiro

Treinador: Rúben Amorim

Rio Ave: Jhonatan, Pantalon, Aderlan Santos, Pedro Amaral, Costinha (André Pereira, 62′), Joca (João Graça, 62′), Vítor Gomes (João Ferreira, 62′), Guga (Amine, 80′), Paulo Vítor, Fábio Ronaldo, Aziz (Leo Ruiz, 73′)

Suplentes não utilizados: Magrão, Miguel Nóbrega, Ukra, Zé Manuel

Treinador: Nuno Silva (Luís Freire está castigado)

Golos: Pedro Gonçalves (36′ e 75′), Matheus Nunes (67′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Manuel Ugarte (61′), a João Ferreira (64′), a Amine (83′)

A iniciativa, lançada pela Liga de Clubes, surgiu em solidariedade com jogadores e agentes desportivos que são insultados nas redes sociais e passa por um boicote às comunicações em todas as plataformas desde as 18h da passada sexta-feira até à próxima segunda-feira. “Em solidariedade com todos os jogadores e agentes desportivos, e contra qualquer tipo de violência no desporto, o Sporting vai unir-se ao blackout digital e não comunicará nada até segunda-feira, 15 de agosto”, indicaram os leões.

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Era neste contexto que o Sporting defrontava o recém-promovido Rio Ave, orientado por Luís Freire (que cumpria um jogo de castigo e era substituído no banco pelo adjunto Nuno Silva) e acabado de regressar à Primeira Liga depois de conquistar a Segunda. Sem Paulinho, que sofreu um traumatismo na perna direita no último treino antes do jogo, Amorim lançava Marcus Edwards no ataque em conjunto com Trincão e Pote. Ugarte voltava ao onze, com Morita a começar no banco, e Nuno Santos também passava à condição de suplente, com Luís Neto a entrar no trio de centrais e Matheus Reis a ficar responsável pela ala esquerda.

Os minutos iniciais mostraram desde logo que o Rio Ave ia apresentar-se com uma linha de cinco elementos na defesa, ou seja, que ia tentar encaixar no Sporting e limitar as investidas dos leões pelos corredores. Edwards teve a primeira oportunidade do jogo, com um remate de fora de área que Jhonatan encaixou (6′), mas a verdade é que a equipa de Rúben Amorim teve muitas dificuldades na hora de ultrapassar a muralha vilacondense. Os duelos apareciam sobretudo na zona do meio-campo, onde o Sporting tentava criar desequilíbrios, mas a louvável organização do conjunto de Luís Freire não permitia grandes aventuras aos atacantes leoninos.

Foi assim que o jogo completou os primeiros 20 minutos, sem que o Rio Ave tivesse qualquer aproximação à baliza de Adán mas também sem que o Sporting tivesse uma verdadeira oportunidade de golo. A lógica mudou graças a Ugarte, que roubou a bola a um adversário em zona adiantada e atirou ainda de fora área para Jhonatan encaixar (21′). Edwards também ficou perto de abrir o marcador, depois de receber de Porro no corredor direito e atirar em jeito mas por cima (24′), e o mesmo Porro rematou ao lado (25′) antes de Trincão acertar na trave com um pontapé já na grande área (26′).

Pote teve uma enorme oportunidade para marcar, ao surgir na cara de Jhonatan depois de um grande passe de Trincão (34′), e o Sporting ia desbloqueando a organização do Rio Ave principalmente a partir das combinações que tanto Edwards como o próprio Trincão faziam com Porro. Já depois da meia-hora, de forma quase inevitável, apareceu o golo: novamente pela direita, Edwards combinou com Porro, foi até à linha de fundo e cruzou tenso para a pequena área, onde Pote só teve de encostar para abrir o marcador (36′).

Ugarte ainda ficou perto de aumentar a vantagem até ao fim da primeira parte, com um remate de fora de área que passou por cima da trave (41′), mas o Sporting foi mesmo para o intervalo a vencer o Rio Ave pela margem mínima e depois de 45 minutos em que foi globalmente superior e dominador mas em que teve de encontrar soluções e alternativas para romper uma defesa vilacondense muito bem montada e organizada.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Rio Ave:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Sporting tentou prolongar as boas indicações do último quarto de hora da primeira parte, com Pote a ficar muito perto de bisar com um pontapé à meia volta que passou ao lado da baliza (46′). Os leões atuavam quase por inteiro no meio-campo adversário e não permitiam que o Rio Ave saísse de forma apoiada ou até em contra-ataque, trocando a bola em zona adiantada mas também sem grande presença no último terço ou sem grande fluxo de ocasiões de golo.

Os vilacondenses foram os primeiros a mexer, logo à passagem da hora de jogo, com Costinha, Vítor Gomes e Joca e saírem para os lugares de João Graça, João Ferreira e André Pereira, e Rúben Amorim respondeu ao trocar Ugarte, que entretanto tinha visto um cartão amarelo, pelo reforço Morita. E foi nesta altura, a pouco mais de 20 minutos do apito final, que Matheus Nunes decidiu abrilhantar uma exibição individual que nem sequer estava a ser incrível: o jovem médio recebeu descaído na esquerda, ainda ponderou passar a bola mas atirou em força e ainda de muita longe, sem qualquer hipótese para Jhonatan (67′).

Amorim reagiu ao segundo golo com Rochinha e St. Juste, que substituíram Edwards e Neto, e o Sporting aproveitou o enorme ascendente na partida para chegar ao terceiro golo. Rochinha desequilibrou na esquerda, Pote combinou com Trincão e recebeu do avançado ex-Barcelona na cara do guarda-redes, picando a bola por cima de Jhonatan para bisar e aumentar a vantagem leonina (75′). Fatawu e Ricardo Esgaio ainda entraram nos leões, assim como Amine também entrou no Rio Ave, mas o resultado não voltou a alterar-se até ao apito final.

O Sporting venceu o Rio Ave em Alvalade e carimbou a primeira vitória no Campeonato depois do empate com o Sp. Braga na jornada inaugural. Numa semana em que Rúben Amorim garantiu que os leões não têm “mais um euro” para contratar mais reforços no mercado de verão, Pedro Gonçalves marcou mais dois golos, prolongou o bom momento de forma e mostrou que o Sporting, afinal, tem o Pote de ouro em casa.

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