Os construtores europeus necessitam de células para construir packs de baterias como de pão para a boca. Muitos, mas não todos, optaram por não concebê-las e produzi-las in house – o que exige maiores investimentos, mas permite controlar a tecnologia que é “só” a mais importante para um veículo eléctrico –, preferindo adquiri-las a terceiros. Daí que os sul-coreanos tenham já decidido instalar duas fábricas em solo europeu, a LG na Polónia e a Samsung na Hungria. Enquanto isso, os chineses da Contemporary Amperex Technology Co Limited (CATL) já estão a montar uma fábrica na Alemanha e anunciaram agora uma segunda linha de produção na Hungria, com uma capacidade de 100 GWh.

Este não é propriamente um tiro no escuro para a CATL, uma vez que não faltam os clientes interessados em células para baterias. Com as marcas europeias decididas a antecipar o limite de 2035 imposto por Bruxelas, para abandonar a produção e venda de modelos equipados com motores de combustão (ou PHEV), substituindo-os exclusivamente por veículos eléctricos, a necessidade de baterias vai aumentar e não diminuir.

Como os acumuladores são uma tecnologia cara e determinante para esta classe de automóveis, há construtores que preferem delegar em terceiros o fornecimento desta tecnologia, o que não deixa de ser algo estranho depois do que aprendemos com a invasão da Rússia à Ucrânia. E a China está longe de ser um parceiro previsível, cujo relacionamento com o mundo ocidental promete piorar muito antes de melhorar.

Mas como o confronto com a China e as empresas locais ainda não está num horizonte próximo, a CATL já está a construir uma fábrica de baterias na Alemanha, anunciando agora uma segunda na Hungria. Esta resulta de um investimento de 7,34 mil milhões de euros, prometendo uma produção anual de 100 GWh, o que equivale às necessidades de 1 milhão de Model S da Tesla ou 2 milhões de um modelo mais pequeno e barato, como o Renault Zoe ou o Peugeot e-208. Entre os clientes para esta fábrica húngara, estão a BMW e a Mercedes, bem como os grupos Volkswagen e Stellantis.

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