Mais de duas dezenas de praias já estiveram interditas ou tiveram banho desaconselhado ou proibido nesta época balnear, devido a problemas na qualidade da água, segundo um balanço divulgado pela associação ambientalista Zero.

Em comunicado, a Zero salienta que, apesar do número “muito limitado de praias a revelarem problemas”, estes manifestaram-se tão expressivos como na época balnear passada.

O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período de tempo, afetou 22 praias, menos 23 do que em igual período do ano passado. Vinte e uma praias foram interditadas, até ao momento, a maioria por má qualidade da água, apesar de essa informação não ser disponibilizada pelo Sistema de Informação e apenas através da comunicação social se consegue confirmar as razões”, é referido na nota.

Nesse sentido, a Zero alerta para o facto de continuarem a “existir falhas na informação que é disponibilizada no sítio de Internet da Agência Portuguesa do Ambiente“, uma vez que “não se esclarece devidamente os motivos de interdição das zonas balneares e os procedimentos por parte dos delegados regionais de Saúde”.

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Existem situações de contaminação semelhantes onde nuns casos foram realizadas novas análises antes de voltarem a ser permitidos os banhos e noutros não. Há muitos casos de praias onde foi decretada a interdição (temporária ou permanente) para as quais não consta no sistema qualquer informação sobre os motivos que levaram à decisão de interdição, nem quaisquer resultados de análises que tenham sido realizadas”, lê-se na nota.

Na sequência deste balanço, a Zero defende ser necessário investigar e prevenir as situações de contaminação de água e implementar “medidas adequadas de controlo“.

“Muitas das zonas balneares que sofreram um desaconselhamento ou interdição durante a presente época balnear têm classificação excelente, devendo, portanto, tratar-se de episódios esporádicos que, no contexto da legislação, até podem não pôr em causa a sua qualidade, mas que devem ter as suas causas devidamente averiguadas“, salienta a associação.

Para a Zero, “em cada um dos casos é fundamental identificar a origem dos problemas e averiguar responsabilidades, desempenhando a Agência Portuguesa do Ambiente e a Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território um papel decisivo”.

Associação Zero contra construção da Barragem do Pisão no distrito de Portalegre

A associação ambientalista refere ainda que apenas uma das 58 praias Zero Poluição apresentou “problemas significativos”.

“Entre as 58 praias classificadas pela associação como praia ZERO poluição [zonas balneares onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo das três últimas épocas balneares], listagem esta publicada no início de junho deste ano, e disponível em https://zero.ong/58-praias-zero-poluicao-em-29-concelhos-mais-cinco-que-em-2021-e-ha-uma-agua-balnear-interior/, nenhuma foi abrangida por interdição ou pelo desaconselhamento ou proibição a banhos, com exceção da praia de Armona-Mar no concelho de Olhão”, indica a Zero.