A Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social vai apresentar “a visão estratégica para o país” a 1 de setembro, dando-a conhecer, a 30 de agosto, a Marcelo Rebelo de Sousa, avança esta quinta-feira, 18 de agosto, o jornal Público.
Essa visão, designada “Ambição: duplicar o PIB em 20 anos”, pretende traçar não apenas o diagnóstico, mas também dar pistas para se levar a economia da quase estagnação a um crescimento médio de 3,5% ao ano. Os seus coordenadores alertam, no entanto, que para esse objetivo o caminho tem “alguns sacrifícios”, que só terão resultados no médio e longo prazo.
O caminho da Sedes, liderada por Álvaro Beleza (que integra a comissão política do PS), faz-se com “choque fiscal”, reduzindo a pressão fiscal sobre as empresas e as famílias, mas também com “uma redução do peso das despesas públicas correntes não primárias sobre o PIB”. Tem, para isso, de se concretizar a reforma do Estado e tem de se reduzir os “custos dos inputs cruciais e generalizados para as empresas”, nomeadamente os da energia, dos transportes e da logística. Reforma regulatória e redução da burocracia são outras medidas recomendadas, tal como a melhor seleção dos projetos a serem apoiados pelo setor bancário. Automação das indústrias e serviços, utilização da inteligência artificial são caminhos apontados. E sempre a ferrovia, com a melhoria das infra-estruturas de ligação à Europa. Além da liberalização do mercado de trabalho.
Saúde, sustentabilidade da segurança social, justiça (com 57 medidas) três áreas também alvo de diagnóstico e que têm, no entender da Sedes, de ser reformuladas. Além de propor reformas do sistema político, com a abertura a independentes na escolha de deputados. Nos reguladores — assim como no Procurador-Geral da república e governador do Banco de Portugal — sugere-se a sua nomeação sob proposta do Presidente da República,
Na segurança social, a Sedes propõe, mesmo, acabar com o modelo em vigor, com um sistema baseado no público, empresarial e individual.